Os alunos finalistas do curso de Teatro e Educação da Escola Superior de Educação de Coimbra (ESEC) têm em cena até 4 de fevereiro, na Oficina Municipal do Teatro (OMT) de Coimbra, o espetáculo “Entre ruínas, entre gente”, sob a direção de António Fonseca e Pedro Lamas, numa colaboração com O Teatrão.
O espetáculo surge no âmbito do Projeto de Intervenção, onde, de acordo com uma nota da produção, “sete figuras fazem uso do tempo que os espetadores generosamente concedem para, sem cerimónias, o matarem”. O público será, então, “cúmplice e testemunha desse crime hediondo e quotidiano, que todos reconhecemos ser algo que já cometemos e voltaremos a cometer”. Basta que o tédio prevaleça.
As figuras que fazem a peça, refere ainda a nota, “habitam um lugar estranho, um não-lugar, que se adivinha ter sido outrora, talvez, uma cidade, um lugar vivo e pulsante, onde seres humanos viviam e circulavam, sangue de um organismo maior”. Mas, agora, “as figuras que ficaram dedicam-se a esperar por algo, a viver por proxy, a imaginarem crimes que querem desvendar para não deixarem de existir”… Matam o tempo porque é a sua nova forma de vida.
Esbatendo a fronteira entre o real e o imaginário, estas figuras “fazem uso do pouco que lhes resta para desvendar um crime muito antigo, jogar às tabernas e brincar com pedras, vagabundos, reis, adivinhos, heróis, assassinos e guerras longínquas”. Querem fazer algo acontecer, enquanto esperam que algo aconteça…
Em paralelo ao espetáculo, asseguram os responsáveis pela produção, vão ser disponibilizadas ao público quatro atividades lúdicas, instaladas na Tabacaria e no relvado exterior à frente do edifício da OMT. Os jogos propostos, referem, estão relacionados com não só com o tema “matar o tempo”, mas sugerem também alguns símbolos e imagens que serviram de inspiração à própria dramaturgia e jogo cénico. Cada jogo tem um prémio, “redimível” no Bar da OMT.
Com direção de António Fonseca e Pedro Lamas, “Entre ruínas, entre gente” conta com as interpretações de Adriana Martins, Cassandra Monteiro, Diogo Guerra, Joana Nobre, Marcela Fanqueiro, Mariana Ferreira e Mónica Cadete. A cenografia e figurinos são de Filipa Malva, o desenho de luz de Jonathan Azevedo, a direção musical de Cristina Faria e a fotografia de Carlos Gomes.
O espetáculo é, uma vez mais, resultado de uma colaboração próxima entre a ESEC e O Teatrão, contando com apresentações na OMT até 4 de fevereiro, de segunda-feira a sábado, às 21H30. O preço unitário dos ingressos é de quatro euros, com entrada gratuita a alunos, funcionários e professores da ESEC. Reservas: 239 714 013, 912 511 302, reservas@oteatrao.com.