Opinião: A vida que esconde o mar

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Rui Curado Silva

Quem esteve na Casa Havanesa no passado sábado a assistir à apresentação do livro “Peixes Marinhos de Portugal”, da autoria do Nuno Vasco Rodrigues, teve o privilégio ampliar o seu conhecimento sobre as espécies e os fundos marinhos da nossa costa.

Através de uma série de slides que testemunhavam o colorido da fauna e da flora do nosso mar, o Nuno transmitiu-nos de uma forma muito clara os principais desafios que enfrentamos se pretendemos ter uma costa com vida marinha sustentável. O aquecimento global, a sobrepesca e a poluição são algumas das maiores ameaças para a fauna piscícola.

Particularmente interessante foi a chamada de atenção para a mudança de sexo que se processa na vida de algumas espécies marinhas, como o Mero.

Os indivíduos das espécies hermafroditas protogínicas são inicialmente fêmeas transformando-se a partir de certa idade em machos. Se houver uma sobrepesca dessas espécies quando ainda são jovens, poucos entrarão no processo de inversão sexual, ameaçando a reprodução da espécie.

Melhores perspetivas foram dadas para as espécies de pequeno porte e de crescimento rápido como a sardinha e o carapau. A recuperação da população destas espécies pode ser rápida. Cada sardinha fêmea produz cerca de 20 mil ovos, mas requer água a cerca de 15°C.

A concentração de nutrientes dissolvidos no mar é outro fator fundamental para o crescimento das populações.

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