Opinião: Os pais de Trump e de Le Pen

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Santana-Maia Leonardo

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Segundo parece, a responsável da Associação dos Psicólogos Católicos terá expressado publicamente a sua opinião, comparando homossexualidade e toxicodependência. Tanto bastou para terem chovido inúmeras queixas na Ordem dos Psicólogos e esta se ter decidido por abrir um inquérito à psicóloga, tendo em conta a falta de cientificidade da opinião.
Não vou aqui discutir o lado científico da opinião até porque, ainda não há muito tempo, Galileu foi atirado para a fogueira por ter dito um disparate ainda maior do que este para os cientistas do seu tempo. Por isso, quanto a certezas científicas, não me sinto abalizado para participar na discussão.
Agora o que eu acho impressionante é a forma como, hoje em dia, o cidadão comum é coagido intelectualmente e perseguido por delito de opinião. Como disse um juiz americano numa célebre sentença, “o direito à liberdade de expressão protege o direito a não ter razão e não o direito a ter.” Ou seja, a psicóloga até pode ter dito o maior disparate do mundo mas tem o direito de o poder dizer e o direito de defender a sua opinião por mais disparatada que seja.
Hoje vivemos num autêntico fascismo do politicamente correcto em que idiotas auto-proclamados de sumidades supremas fixam o dogma e uma legião de polícias do pensamento vasculham tudo aquilo que dizemos ou fazemos com o intuito de descobrir algum indício de heresia. E depois admiram-se dos Trumps e das Le Pen, quando são eles os seus pais biológicos. Com efeito, quando as sociedades se tornam intelectualmente fascistas, os extremistas aparecem como libertadores.

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