Alexandre Amado, vice-presidente na direção-geral cessante, foi eleito presidente da Associação Académica de Coimbra (AAC), com 86,9% dos votos, numas eleições em que se registou uma abstenção de cerca de 75%, informou a comissão eleitoral.
Alexandre Amado, da lista C (A Tua Causa), venceu as eleições com 4.143 votos (86,9% – para apurar o vencedor não contam os votos nulos), com a outra lista candidata, lista A (Até Quanto), encabeçada por João Carvalho, a contabilizar 460 votos (9,7%), informou à agência Lusa o presidente da comissão eleitoral, César Temudo.
As eleições decorreram na segunda e na terça-feira, em urnas espalhadas pelas faculdades e departamentos da Universidade de Coimbra, onde a abstenção rondou os 75% (valor semelhante a 2015).
No total, votaram 4889 estudantes, registando-se 193 votos brancos e 184 nulos, num universo de cerca de 20.000 eleitores da academia de Coimbra.
Para o Conselho Fiscal da AAC, eleito através do método de Hondt, a lista C elegeu os sete elementos.
Alexandre Amado, estudante de 23 anos de Direito, é o vice-presidente da atual direção-geral e membro da Juventude Socialista.
Este é o quarto mandato consecutivo em que um militante da JS preside à direção da AAC, depois do atual presidente, José Dias, e do anterior, Bruno Matias, que cumpriu dois mandatos, terem liderado a associação de estudantes mais antiga do país.
“O projeto ‘A Tua Causa’ mereceu a confiança da esmagadora maioria dos estudantes que se deslocaram às urnas nos dias 28 e 29 de novembro”, sublinhou a lista vencedora, numa nota de imprensa.
Antes das eleições, Alexandre Amado afirmou à Lusa que, apesar de ser vice-presidente da atual direção, pretende criar um “projeto novo”, mas que assenta “na identidade da atual liderança”.
Como propostas da sua lista, o jovem estudante de direito destaca a luta que pretende fazer para garantir uma “revisão da Lei de Bases”, para se poder “caminhar para um ensino público e gratuito”.
Para o futuro presidente da AAC, será uma prioridade pensarem-se em alternativas de financiamento das instituições para se acabar com a existência da propina, que “é um mecanismo de exclusão social”.
Numa altura em que se discute a passagem da Universidade de Coimbra a fundação, num debate lançado pela própria reitoria, Alexandre Amado mostra-se preocupado com “muitos aspetos do regime fundacional”, nomeadamente uma maior dependência da instituição de investimento privado e a possibilidade de o Conselho Geral, onde os estudantes estão representados, perder força.
“Sou contra aplicar o regime fundacional tal e qual como está previsto no RJIES [Regime Jurídico das Instituições de Ensino Superior]”, sublinhou.
Alexandre Amado deverá tomar posse como presidente da AAC em janeiro de 2017.