Opinião: Um crescimento insuficiente…

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Gil Patrão

Gil Patrão

É difícil superar a crise que enfrentamos, por escassearem capitais que suportem investimentos que gerem empregos e criem riqueza, por a conjuntura europeia e mundial não favorecer as exportações de muitos bens que produzimos, pela pequena dimensão do mercado interno nos tornar dependentes do exterior em bens de equipamento mais elaborados e caros de que as sociedades modernas não prescindem para viver, mas para o país evoluir há que ultrapassar estas e outras dificuldades, como importarmos três quartos da energia primária, grande parte das matérias-primas e bens alimentares que consumimos, pelo que são precisas novas estratégias e políticas que minorem rapidamente fatores que afetam negativamente a economia nacional.
Para superar as debilidades do país, o Governo devia privilegiar medidas que fazem progredir a economia com rapidez, como diminuir o custo das energias para aumentar a competitividade do país, gerar mais eletricidade a partir das energias renováveis, produzir biocombustíveis com recursos endógenos e aumentar a eficiência energética para diminuir a fatura energética paga ao exterior, desenvolver a agricultura, fortalecer agroindústrias e estimular o consumo de produtos nacionais para diminuir a dependência do exterior em bens alimentares, diminuir o risco e o tempo de ataque aos incêndios florestais para proteger o ambiente e a economia, e fomentar atividades baseadas numa floresta de rápido crescimento que gera muito valor, e favorecer a criação de emprego, entre outras que são igualmente necessárias. E como no turismo não basta divulgar o sol, a simpatia do povo e a segurança acrescida relativamente a outros países, haverá que diversificar programas turísticos – durante todo o ano e ao longo do país – para cativar turistas pela beleza do território e pela riqueza do património edificado e cultural da nação, pois o turismo, ao captar divisas, está a dinamizar as economias locais e a reduzir o défice externo.
Se na agricultura, na floresta e no turismo as vantagens competitivas do país são evidentes e podem gerar maior crescimento, há questões cruciais para o desenvolvimento que terão de ser resolvidas, como sejam, entre outras, inverter estratégias e políticas que menosprezam o mundo rural, desburocratizar a regulamentação das atividades económicas, baixar impostos diretos e indiretos ao povo e conceder incentivos a investidores que criem postos de trabalho… Algumas dependem mais da vontade política de quem o povo elege para governar o país do que das regras orçamentais europeias que condicionam os Orçamentos de Estado. E como sem pessoas qualificadas nunca há progresso, os sistemas de ensino, do primário ao superior, bem como o profissional, deverão dotar quem irá entrar no mundo do trabalho com competências humanas e profissionais que melhorem a produtividade e a competitividade quer individual quer do país.
Criar riqueza com base no que há no território exige enormes mudanças de políticas, atitudes e comportamentos, pelo que o Orçamento de Estado de 2017 deverá dinamizar a economia do país em setores estratégicos, e estimular atividades como biotecnologia, saúde, tecnologias de informação e outras, pois só com muitas indústrias e serviços exportadores, e com um sistema bancário competitivo que apoie os empresários, diminuirá o fosso que ultimamente se vai alargando, relativamente à média da União Europeia, após termos aderido à CEE há 30 anos…
Políticas sociais, de saúde, educação, justiça, segurança, transportes e outras, devem satisfazer mais necessidades do povo para, conjugadas com políticas económicas, atrair investidores que façam crescer a economia, pois crescer 1% ao ano (um terço da taxa atual de juro a 10 anos da dívida pública, que cresce continuamente), é escancarar as portas a um novo resgate! Governar é planear, executar e saber gerir situações de crise, mas este Governo nem sequer é capaz de por a economia do país a crescer à taxa que prometeu o ano passado…

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