Opinião: Os forma(ta)dores

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Santana-Maia Leonardo

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Há um ditado japonês de que eu gosto muito porque transcreve uma evidência da qual depende o sucesso das nações, sociedades e associações: “Quando duas pessoas pensam da mesma maneira, uma é dispensável.” E o que se constata em Portugal é que, salvo raras excepções, quase toda a gente é dispensável na medida em que a esmagadora maioria pensa como o seu chefe, ou melhor, nem sequer pensa: limita-se a reproduzir, como um papagaio, o que diz o chefe.
E os chefes portugueses, cientes da sua mediocridade e da sua incompetência, odeiam pessoas inteligentes. É assim nos partidos, nas associações, nas repatições, nas escolas, nas famílias… Desde o berço, há todo um esforço da sociedade portuguesa na formatação do pensamento único, para que ninguém ouse dizer, em voz alta, aquilo que todos vêem: o Rei vai nu.
Como dizia Bertrand Russell, “o problema do mundo de hoje é que as pessoas inteligentes estão cheias de dúvidas, e as pessoas idiotas estão cheias de certezas.” É, por isso, absolutamente natural que os nossos chefes, cheios de certezas, tenham horror às pessoas inteligentes.

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