Ricardo Castanheira

Alguém se interessaria por ler um livro assim?.. Nem que fosse escrito pelo Eng. Sousa Veloso.

E à parte o Cristiano Ronaldo – que já tem a sua vida intíma esmiuçada pelos tablóides – e as perversões do Vaticano – também amiúde editadas – só resta mesmo a vida sexual dos políticos para gerar alguma curiosidade. E quanto mais mórbida melhor.

Aqui chegados, há que reconhecer que o (dito) jornalista Saraiva (ex-Expresso e atual Sol) começou “bem”. Mas precisaria apimentar ainda mais. Seguiu as regras do marketing de guerrilha e reduziu o campo de batalha, foi ousado no tema, aproveitou (aqui estou eu a dar o exemplo) as novas mídias para promover o produto e viralizar a cagada feita. Ainda foi tão escroto que se meteu com os mortos, dando um toque de malvadez especial.

Em suma, o escarro literário do Saraiva dominou a atenção lusa nas últimas 48 horas. O gajo chamou a si os holofotes e com isso vão pingar no mealheiro mais uns milhares de euros, por conta de uns papalvos que já compraram e outros tantos irão comprar “a obra”. Missão cumprida.

Mas, como se tudo isto já não fosse suficiente, faltava a cereja em cima do bolo. Como o buraco é sempre mais abaixo, eis que o líder da oposição Passos Coelho – num toque de “genialidade” – se lembrou que a glande alheia e os montes de vénus são bem mais importantes para o interesse nacional que o funesto aumento tributário sobre o patriomónio!..

Sem palavras. Quando confrontado com o inusitado gesto, Passos Coelho, fez jus ao dito “a emenda é pior que o soneto”. Foi convidado para apresentar, mas não conhecia o tema? Nunca visto, porra, alguém apresentar um livro sem saber do que se trata.

Iria então falar do quê: de como caçar gambuzinos numa europa em crise?.. Passos Coelho é muito melhor que isto, mas se perdeu as estribeiras só têm um caminho – no respeito por todos nós e já não apenas pelos visados no escarro do Saraiva – sair de cena. É isto que se espera!