Opinião: A classe média é rica…

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Rui Curado Silva

Rui Curado Silva

Quatro questões políticas ilustram bem o tremendo desafio político que paira sobre as nossas sociedades: a taxa adicional sobre o património imobiliário acima de um milhão de euros, os documentos (papers) das Bahamas, a teia Sócrates-Grupo Lena-BES e as revelações sobre as benesses que o presidente da Comissão Durão Barroso concedeu à Goldman Sachs.

Todos estes casos representam terrenos de confronto entre uma elite que usa o sistema financeiro para dominar e controlar a sociedade ao sabor dos seus projetos individuais e entre aqueles que tentam colocar o sistema financeiro no seu lugar, ao serviço dos cidadãos e da sociedade, e não o contrário.

Quando ouvimos a presidente do CDS a classificar como classe média pessoas com património acima de 500 mil euros ou um milhão de euros, não se trata de um mero desconhecimento da realidade, trata-se sim daquilo que se designa por servicinho.

Um servicinho a todos aqueles que mobilizam o setor do CDS que despreza a democracia cristã, mas que muito preza relações privilegiadas com sistema financeiro, que preza relações de promiscuidade entre a política e negócios privados.

Em suma, o controlo indireto do poder político através de contrapartidas obscuras. Em todos os referidos casos há explicações estranhas, lógicas absurdas, situações caricatas, esquecimentos, tudo risível e muito pouco credível.

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