Um homem de 49 anos, suspeito de um duplo homicídio, ocorrido há cerca de um ano em Sangalhos, no concelho de Anadia, remeteu-se hoje ao silêncio no início do julgamento no Tribunal de Aveiro.
O arguido, que se encontra em prisão preventiva, está acusado de dois crimes de homicídio qualificado, pela morte da mulher, de quem estava separado há quase um ano, e do novo companheiro desta.
Durante a audiência da parte da manhã, o coletivo de juízes ouviu dois irmãos da mulher, que disseram ter tido conhecimento de que esta estava a divorciar-se do arguido e que já estaria a viver com outra pessoa.
“Eles pegavam-se os dois”, disse um dos irmãos, adiantando ter assistido a vários episódios de violência doméstica, apesar de não ter tido conhecimento de nenhuma queixa.
O tribunal ouviu ainda um cunhado do presumível homicida que disse ter recebido um telefonema daquele, no dia do crime, a dizer que tinha matado a mulher e a perguntar-lhe se ficava com o filho.
A testemunha contou que após o telefonema deslocou-se a casa do arguido, em Oliveira do Bairro, e o menor já estava à sua espera. Disse ainda ter ficado surpreendido quando o acusado lhe apareceu no mesmo dia, juntamente com o patrão, em Aveiro, a dizer que se ia entregar à polícia.
“Ele estava cabisbaixo. Se calhar, já estava arrependido do que tinha feito”, adiantou, relatando que levou o alegado homicida a uma advogada que o conduziu depois à PSP.
Os factos ocorreram na manhã do dia 20 de agosto de 2015, na residência das vítimas, em Sangalhos, Anadia.