A Balagri – Associação dos Baldios e Agricultores da Região de Viseu apelou esta quinta-feira à “intervenção imediata do Governo” no acionamento de medidas de exceção para acudir aos pequenos e médios agricultores e produtores florestais afetados pelos incêndios.
Em comunicado, a Balagri refere que este verão, “só no concelho de Viseu, contam-se já mais de um milhar de hectares de área ardida, particularmente nas freguesias de Torredeita e dos Coutos”.
“No concelho de S. Pedro do Sul, a catástrofe atingiu não só a floresta, mas também gado, apiários, casas de habitação e de lavoura, redes de água, de eletricidade e comunicações”, acrescenta.
No seu entender, um dos fatores que têm levado à ocorrência de incêndios é o “abandono forçado das populações dos meios rurais, cujo êxodo conduziu a elevados níveis de despovoamento, devido não só à falta de apoios aos pequenos e médios produtores agrícolas e florestais, como também ao encerramento de serviços públicos básicos”.
A associação lamenta também a “falta de ordenamento florestal com excessivo e crescente recurso à monocultura seja de pinheiro, seja de eucalipto, com clara predominância deste último”, e a “falta de limpeza das matas privadas, públicas e comunitárias”, verificando-se o “incumprimento por parte do Estado nas responsabilidades que lhe cabem, quer nas florestas públicas, quer na gestão participada nos baldios”.
Outros fatores que, na sua opinião, motivam os incêndios são a “não inclusão estruturada das populações rurais na ajuda ao combate dos incêndios”, o “reduzido número de equipas de sapadores florestais” e a “inexistência de um efetivo planeamento em matéria das redes primárias e secundárias (estradas e faixas de gestão de combustíveis)”.