Apenas os quatro deputados do movimento Cidadãos Por Coimbra (CpC) votaram ontem favoravelmente o seu projeto de deliberação de referendo municipal sobre a Via Central. Numa Assembleia Municipal bastante participada, e em que até se prescindiu de período antes da ordem do dia para que houvesse uma maior discussão sobre o tema, coube aos deputados socialistas, da CDU e independente Rui Soares (União de Souselas e Botão) chumbar esta iniciativa popular que visava combater a deliberação tomada pelo executivo no passado dia 29 de fevereiro. A coligação “Por Coimbra” (PSD, PPM e MPT) e CDS-PP optaram pela abstenção.
Até chegar a este resultado, houve tempo para mais de três horas de discussão. Nalguns casos, mesmo, com forte vertente crítica. Se José Reis (CpC) começou por “reclamar vitória”, a deputada Catarina Isabel Martins (CpC) lamentou a “torrente de insultos” feitas contra os mais de 1.500 signatários da petição pública. Esta declaração levou o líder da bancada socialista, José Manuel Ferreira da Silva, a repetir por diversas vezes que, neste caso, os CpC tinham “capitulado” em toda a linha. É que, de acordo com o advogado, a proposta apresentada pelo movimento teve como único objetivo levar a que nada se fizesse nesta matéria. “Os senhores, caso seja aprovado o referendo, vão ficar na história por tentarem inviabilizar a Via Central, ou seja, por não quererem acabar com o nojo urbanístico ali existente”, frisou. E o tom crítico aumentou quando apontou as “inverdades e as falsidades” das declarações dos elementos do movimento relativamente a este projeto.

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