Opinião – Pensar nos médicos e naqueles que servimos!

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Cesário Andrade Silva

Cesário Andrade Silva

Decorrem em Cracóvia, Polónia, as Jornadas Mundiais da Juventude, uma organização da igreja católica, na mesma altura, revi o filme, “O rapaz do pijama às riscas” que nos fala supostamente do filho de Rudolf Franz Ferdinand Höß, comandante do campo de concentração de Auschwitz e Birkenau, locais que inevitavelmente o Papa Francisco I e os jovens das jornadas vão visitar.
A estes dois fenómenos, juntam-se os sucessivos atentados que decorrem pela Europa, com os culpados a serem identificados como pertencendo ao ISIS (Islamic State of Iraq and ash-Sham) ou Daesh (transliteração do acrônimo árabe), o autodenominado Estado Islâmico que (ainda não percebi o que ganham com isso) tem levado, supostamente, ou assumido tais atrocidades.
E quando um País como a Polónia não aceita receber as pessoas em sofrimento, quem pode julgá-los. Temos ficado de fora de crimes, mortes ou feridos nesta Guerra religiosa e continuamos a receber pessoas que de nós necessitam mas se algo correr mal ou acontecer com os nossos mais próximos o que está já acontecer na Europa, a quem pedir responsabilidades?.
Angela Merkel já está a ser duramente criticada, ela que de um modo que me espantou, abriu as portas da Alemanha a todos, convencida que estava, da capacidade da Europa receber (ainda que deles necessite por questões demográficas) e dar um nível de vida mais condigno aos que fugiam da Guerra, da fome e do sofrimento. Contudo o que se está a passar dá mais força aos que querem trancar a Europa e escorraçar de modo hitleriano, todos os “impuros”. Se nos maiores países, agora fustigados por atentados as eleições derem a vitória aos partidos anti-imigrantes, estaremos mais perto de um novo regime onde se possa liquidar os que são diferentes, ainda que neste caso, haja muitos deles que me parece nada terem aprendido com a história, porque de refugiados, podem passar a perseguidos e nem se dão conta que esse é o caminho que podem estar a trilhar.
E do outro lado, o que parecia favas contadas para a candidata Hillary Clinton, pode vir a ser uma surpresa e caso Donald Trump, ganhe, então e conjugando a cavalgada da extrema direita na Europa, o Mundo não mais será o mesmo. Preparemo-nos!…

Há dias, a Universidade de Coimbra deu-nos mais seis catedráticos de Medicina (e dentre eles de um modo especial, os meus parábens cumprimentos à Eunice e ao Fernando) e o relvante é ver a pujança da nossa faculdade que em pouco tempo elevou a este patamar sete médicos, professores e investigadores no que eu espero seja a vanguarda do projecto UC-FMUC/CHUC como um dos polos do grupo de Centros Hospitais/Universitários onde o ensino, a prestação de cuidados e a investigação farão parte de um modo concreto do modelo de trabalho diário.
Este paradigma que terá um estatuto próprio, deverá abranger as vertentes referidas e permitir estruturar carreiras diferenciadas aos profissionais que aceitem trabalhar neste Centros de Referência. E Coimbra tem todas as condições para ter o primeiro pelo trabalho já desenvolvido e pela proximidade geográfica e de profissionais que já interagem nos espaços da UC-FMUC e do CHUC. E serão os utentes que mais beneficiarão, pois e só por exemplo o ter a possibilidade de realizar estudos clínicos de um modo massivo trará vantagens em saúde, económicas e de prestigio a todos e à nossa Cidade em particular.
E quando os médicos dentistas conseguiram do Ministério da Saúde um projecto piloto de prestação de cuidados dentários para alguns centros de saúde no país e com isso, abrirem uma porta que há muito reclamavam, eis que surgem empresas privadas a quererem ser elas a sub-contratarem os colegas. Ainda que não seja ilegal, é imoral e será reprovável que haja algum médico-dentista que aceite essa tarefa no que será mais um exemplo de pagamento de lata a trabalhos de prata pois que o que o Governo oferece já nem é grande remuneração. É nestas alturas que os profissionais de saúde e neste sector em especial, se devem unir e dizer não a mais uma tentativa de pagamento de trabalho médico como se de “empregados de limpeza” se tratasse, sem desprimor.

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