Opinião – Ouçam os próprios passos, se fazem favor

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António Menano

António Menano

Abro o livro de Ruben A. A Torre da Barbela, romance cuja publicação recomendei há mais de 50 anos, quando fui leitor e encarregado da publicidade de um editor de Lisboa, e que acabei por ver ditado muito depois por outra casa editorial. Releio-o sempre com muito proveito e agrado. Ruben A. é, com Alexandre Pinheiro Torres e José Cardoso Pires, um autor, não direi “esquecido”, mas menos recordado. Para mim, são dos maiores do século passado
Transcrevo da página 114, da edição em meu poder:” Dona Urraca! Não caia para o lado esquerdo que é mais duro, força no estribo de bombordo!/Nunca montei burros desta qualidade. Tem graça é a primeira vez que os vejo no seu sítio. Que qualidades as destes burros! / Como carregam! Os de Lisboa não são tão prestáveis (…)”.
A história não tem que ver, parece, com a geometria política, como diria José Pacheco Pereira. Mas em matéria de linhas e anzóis, eu, que não sou pescador, e tenho más recordações de uma tentativa na “pedra da nau”, no Cabo Mondego, recordei, ao ler aquelas palavras, a despesa de diatribes que os do “calhambeque” lançam sobre os por eles designados de “caranguejola”. Mas, como escreveu Fernando Echevarria: “Só passa por si mesmo, mas tão longe…”

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