Opinião – Machadada no botabaixismo e nos vencidos da vida

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Manuel Machado

Manuel Machado

Apesar das críticas, apesar dos vencidos da vida, Coimbra resiste e tem-se afirmado, desenvolvendo-se, cheia de vida. E está a fazê-lo bem. Tenho a convicção de que dei, posso dizê-lo, uma machadada no botabaixismo de Coimbra – e eu sei que ele agradava a muita gente…

Por exemplo, chegado ao designado Bota-Abaixo, antigo Largo das Olarias ou Largo de Santo António, herdámos uma cratera que não foi feita por nós mas que ofende a cidade e que demonstra a incúria da Metro Mondego e de todos os seus responsáveis, de todos os que ganharam dinheiro e estudaram mas que não fizeram. Ou melhor, que o mais que fizeram foi demolir sem construir, naquilo que é um crime ambiental visível.

Hoje, a situação agrava-se mais porque, além da degradação física, há cada vez mais degradação humana.

A cidade não tem espaços vazios.

Nós não nos conformamos com isso.

E também não nos conformamos com quem aprovou uma Declaração de Impacte Ambiental (uma DIA que é mais uma adia); com quem quer manter o status quo da derrocada e daquela situação miserável; e também com quem alinhou no FundBox e a pôr os bens municipais sob gestão do EFISA.

Não nos conformamos.

Por isso, decidimos empreender até ao limite das nossas forças a construção da Via Central.

Mas esta coisa de haver quem se arrogue no direito de pensar e de se arvorar em ter mais capacidade intelectual do que os outros é uma sobranceria que eu não tolero. Somos iguais. Mas somos mesmo.

Vale a pena recordar quem fez a avaliação ex ante, sob a forma de estudo pago, sobre o Metro Mondego, quando estava a ser feita a estruturação final do QREN…

Quem escreveu, no relatório final, que se trata de um projeto de tal forma importante que estava para além do valor do Programa Operacional Regional do Centro? Quem escreveu, e foi pago por isso, induziu a Autoridade de Gestão do Mais Centro, presidida pelo prof. doutor Alfredo Marques a aceitar que o projeto era de tal valia que merecia ser retirado do Programa Operacional Regional para ser integrado no programa nacional POVT.

E, numa noite, entre Coimbra e Lisboa, ficou pelo caminho, entrou em nenhures. Por isso é que a Via Central ainda está assim.

É necessário ir ver a documentação e identificar quem trabalhou nisso. Lamentavelmente para a nossa cidade.

A Via Central tem de ser feita.

A Câmara Municipal de Coimbra aprovou o protocolo com a Metro Mondego e isso implica algumas complicações e obrigações no âmbito da Declaração de Impacte Ambiental.

A cidade não suporta mais aquela cratera, aquele espaço que está a ser ocupado por situações muito complexas do ponto de vista sociológico e da segurança da cidade.

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