O que é que o levou a mudar-se do PS para o PSD?
Primeiro, porque me foi movida uma infame campanha de calúnias e difamação. Depois, em 1985, a maçonaria impôs a desistência [do candidato que ele apoiava à câmara] e, a partir daí, percebi que não tinha mais hipóteses de ter protagonismo no PS, nem que fosse o melhor do mundo.
Entretanto, saiu do PSD e candidatou-se como independente a Lavos.
Fui demitido do PSD.
Foi, porque se candidatou contra o seu próprio partido.
Propus-me ser candidato pelo PSD e eles não quiseram, porque, para o presidente da Concelhia, Lídio Lopes, eu era uma espécie de uma sombra que talvez lhe ofuscasse a possibilidade de ascender a voos mais altos.
As divisões internas, na vereação e no partido, levaram a que o PSD perdesse as eleições autárquicas. Concorda com esta análise?
Concordo.
Sente-se corresponsável?
Sinto. Fizemos [ele e Paulo Pereira Coelho] objetivamente por isso.
Porquê?
Porque achávamos que, talvez, se o PSD ganhasse as eleições, poderíamos ter, a breve prazo, o nosso “amigo” Lídio como presidente da câmara, e nós achávamos que era uma situação absolutamente inaceitável para a Figueira da Foz.
Deram-lhe a Ilha da Morraceira em troca do seu voto a favor da reforma administrativa?
Com certeza.
Quem é que lhe deu essa garantia?
O PSD, obviamente. (…) No dia em que se confirme que a Morraceira pertence a Vila Verde, eu farei todos os possíveis para que a ilha regresse a Vila Verde. Tenho dito aos lavoenses que Vila Verde jamais desistirá da Morraceira. Por isso, quem vier a seguir, tem de estar atento.
Vai recandidatar-se ao terceiro mandato?
Não. Estou farto disto tudo.
Quem trancou as portas da sede do PSD (quando Lídio Lopes ganhou as eleições, em 2008)?
Foi o Carlos Simpatia, por amor ao partido.
Que livro o marcou mais?
Foi “Salazar, o ditador encoberto”.
É admirador de Salazar?
Admiro-o, em alguns aspetos: noutros, nem por isso.