No final da semana passada, o grupo parlamentar do CDS-PP levou a debate na Assembleia da República mais de vinte propostas destinadas à promoção da natalidade e apoio às famílias com filhos.
Num sinal claro e positivo sobre o futuro do país, o partido liderado por Assunção Cristas mostrou-se ao nível de quem tem uma visão responsável de um futuro para Portugal, e que não se deixa afundar em lutas partidárias nestas matérias estruturantes para o nosso país.
A esquerda parlamentar optou por chumbar a grande maioria das mediadas, entre as quais destaco, desde já, a proposta de alteração do regime do Programa Porta 65 – sistema de apoio financeiro ao arrendamento por jovens que não sejam proprietários -, que pretendia alargar a idade máxima de acesso para jovens e casais com idades até aos 35 anos, em vez dos 30 previstos actualmente (na circunstância de ser um casal, a idade máxima de um dos membros desse casal pode hoje em dia ir até aos 32 anos de idade).
A actual esquerda parlamentar também não se importou de chumbar o alargamento dos horários das creches, uma proposta que pretendia incentivar o estabelecimento de horários flexíveis e alargados, sempre que fosse efectivamente verificada essa necessidade das famílias em face dos seus horários de trabalho, assim se falhando no apoio à dinâmica familiar.
A esquerda parlamentar nem sequer deu ouvidos à proposta de criação de incentivos e benefícios em sede de IRC para empresas que promovam comportamentos familiarmente responsáveis. Com esta medida pretendia-se que as empresas recebessem benefícios fiscais quando comprovadamente despendessem na obtenção de certificação de modelos de empresa familiarmente responsável, ou contratassem seguros de saúde destinados aos agregados familiares, ou ainda tivessem despesas com a ocupação de tempos livres dos filhos dos seus colaboradores.
Por último, e tal como os demais, é de facto incompreensível o chumbo do aumento do abono de família para famílias com deficientes a cargo e que pretendia, tão só, consagrar no diploma do Abono de Família a bonificação por deficiência (hoje prevista em Portaria), e majorar a bonificação para os 1.º e 2.º escalões do abono. Fica para a história evidente que os partidos de esquerda que sustentam este governo não conseguiram, nestas matérias da máxima importância para o país, desembaraçar-se da sua trama partidária e ter uma visão de futuro responsável.