1.Um tema extremamente oportuno
E de repente, ali, na Casa da Cultura, logo à entrada, uma Exposição prendeu-me a atenção! Procuro quem me informe para poder esclarecer os leitores desta Crónica.
Uma funcionária solícita e sorridente, explica: “todos os anos é lançado um desafio de trabalhos plásticos, pela Casa da Cultura – Biblioteca Municipal às escolas básicas e secundárias do concelho, integrada no projecto Coimbra a Ler+.
Ao todo são envolvidas dezenas de escolas e milhares de crianças, responsáveis de bibliotecas e professores, sempre generosos na sua missão!
Este ano o tema foi particularmente oportuno “Universidade de Coimbra, Alta e Sofia. Património Mundial da Humanidade”! Foi um êxito!”
2.Um desafio lançado pelas crianças e jovens aos adultos!
Visitei a Exposição e os cerca de 80 trabalhos que a constituem. Uma experiência notável de cidadania e amor a Coimbra!
As Crianças e os jovens, ao contrário de muitos adultos, livres de ideologias balofas, de partidarismos obsoletos, de preconceitos doentios, de traumas, desilusões e sonhos desfeitos que a vida lhes trouxe, apresentam a sua visão ingénua e criativa daquilo que os rodeia e que esta bela cidade lhes transmite; cor, festa, musica, brincadeira, amizade, convivência, alegria. E utilizam cores atractivas, madeiras, couros, materiais plásticos, latas, espelhos e botões para o transmitir.
Benditas sejam as crianças que nos dão exemplos, todos os dias, de como devemos viver a vida!
E extasio-me ao ver; A Universidade imponente com luzes a brilhar; a cidade colorida a espraiar-se até ao rio; A Sé Velha com uma D.Inês á janela a ouvir um D. Pedro sonhador a tocar em cima duma capa a voar qual tapete magico; estudantes de cartola e bengalim, eufóricos, de capas negras ao ar; D Diniz austero ao cimo das Escadas Monumentais envolto em latas de Pepsi e Fanta; Afonso Henriques com uma cara feita espelho; o Rio Mondego a correr para a foz; um estudante a tocar dentro dum barco!
Já aquando da atribuição deste estatuto à cidade lancei através duma Crónica um desafio aos artistas plásticos de Coimbra a promoverem uma grande exposição internacional sobre o tema.
Afinal aqui estavam jovens e crianças, na Casa da Cultura, a responder ao desafio! À sua dimensão já se vê! O desafio fica renovado! Coimbra tem motivos mais que suficientes dentro de si que merecem ser revelados, artisticamente, ao Mundo!
3.Parabéns Casa da Cultura
Satisfeito dirijo-me à sala de leitura.
Dum lado o Gabinete da História da Cidade (que mais tarde, pela sua importância, será objecto de análise), em frente do lado esquerdo os computadores e a secção de Jornais com o seus leitores assíduos. Lá em cima a Imagoteca (aguardando doações de cidadãos que tenham fotografias antigas de Coimbra para serem postas à disposição da população).
Em frente o atendimento de leitura e empréstimo de Livros. Funcionárias sorridentes a todos atendem. Por detrás destes Serviços, e de muitos outros, que o espaço duma crónica não permite detalhar, muitas dezenas de funcionários todos os dias, fazem da Casa da Cultura um caso de sucesso, a quem rendo aqui a minha singela homenagem!
Requisito “As Cidades Invisíveis” de Italo Calvino, e como o tempo está de sol primaveril, e ainda não são horas de almoço, dirijo-me ao Jardim da Sereia para ler as primeiras páginas!
É tão bom viver em Coimbra, quando vemos tanta gente a trabalhar por ela como é este caso de sucesso, que vos acabo de referir e que pouca gente conhece!