Opinião – A escola boa

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Ricardo Castanheira

Ricardo Castanheira

A escola boa não é de esquerda nem de direita.

Assim como a educação boa não é apenas pública ou privada; secular ou clerical. Os maniqueísmos são sempre maus conselheiros.

O debate aberto pelo governo tem tido o mérito de – como há muito não se via – colocar a educação no centro da discussão política e social. Mas, como aqui disse na semana passada, falar apenas de financiamento é redutor e – num gesto bem lusitano – é começar pelo fim.

Lamentavelmente, tem-se falado pouco ou nada de conteúdo educativo e de construção curricular.

E é esse o diferencial nos países com os melhores indicadores educacionais. É isso que estimula alunos e professores a serem melhores. É isso que se reflecte num mercado de trabalho mais qualificado, mais global e mais competitivo. Afinal de contas, como em Einstein, “todo mundo é um génio. Mas, se você julgar um peixe pela sua capacidade de subir numa árvore, ele vai gastar toda a sua vida acreditando que é estúpido”.

A diversidade, a individualidade, a criatividade, a liberdade, a exposição ao meio e a carga tecnológica são, por exemplo, critérios para a construção de planos de estudo diferenciados e diferenciadores. Seja na escola pública ou na privada. E aqui não há espaço para ideologia.

Isto significa apenas, que educação é a principal ferramenta de desenvolvimento social e económico dos indivíduos e das sociedades, mas para tanto não devem existir modelos educativos únicos e estáticos.

O reconhecimento social e salarial dos professores é essencial. Mas isso significa também maior exigência na formação inicial e na avalição contínua dos mesmos.

E será que o Mário Nogueira aceita?…

Mais percentagem do PIB para educação não implica necessariamente melhores resultados se não houver modelos de gestão escolar assentes em eficácia, governança, produtividade e mérito.

Não vale a pena perder tempo a inventar o que já existe. Ao invés, copie-se, sem complexos nem pruridos, o que de melhor se faz na educação na Coreia do Sul, em Singapura ou na Finlândia.

E por lá este tipo de debate não é entre a esquerda e a direita, mas entre o futuro e o passado!

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