“Nós tocamos juntos porque gostamos de tocar juntos. Além de sermos amigos, o denominador comum é a música de que gostamos e que gostamos de fazer”. Dito assim, fica tudo dito. E quem o diz é Luís Pedro Madeira, um dos cinco músicos que, com Manuel Rocha, Miguel Veras, Ni Ferreirinha e Quiné Teles, se juntaram para tocar ao redor da bela voz de Catarina Moura, bonitas cantigas da música tradicional portuguesa.
Sábado, às 21H30, Catarina e os Mouros sobem ao palco no Teatro da Cerca de São Bernardo (TCSB), em Coimbra, num concerto de apresentação de um projeto em que se empenham desde 2007, agora renovado e a preparar o seu primeiro trabalho discográfico. Quem não quiser perder este que é, também, um encontro de amigos, mas sobretudo a celebração da música que se encontra na raiz da mais bela e genuína portugalidade, fica um conselho: não deixe de reservar lugar na sala programada pela Escola da Noite.
Na formação, Catarina Moura que, como diz Manuel Rocha, “canta bem!”, acaba por funcionar como o elo de ligação entre todos. Portanto, diz ainda o músico, “o grupo acabou por acontecer mais ou menos naturalmente, em torno de interesses musicais comuns e de gente que se gosta”.
Trabalhar à volta de uma voz e repertório tradicional
E é Luís Pedro Madeira quem explica o “tempo” de apresentação do projeto: “Interessa-nos sobretudo mostrar esta nova formação do grupo, mostrar a que é que soa e, depois, mostrar estas canções pelo país fora, algumas delas connosco desde a primeira vez em que tocámos juntos e que agora fazem parte do nosso repertório”.
E a que é que “soa” este grupo? A resposta à pergunta chega, esclarecedora, ainda nas palavras de Luís Pedro Madeira: “Soa às nossas influências, que são obviamente os outros grupos todos em que participamos e os outros músicos que ficaram de fora, mas que se cruzaram connosco em determinada altura”.
A ideia, acrescenta o músico, “é trabalharmos à volta da voz da Catarina e sobretudo à volta do que nós achamos que são as canções do repertório tradicional, belas canções que queremos levar às pessoas, lindas como elas são”.
Para Manuel Rocha, “o que tem graça neste grupo, é que as pessoas têm uma abordagem artística à música, alguma coisa que tem a ver com aquilo que é o toque popular. Este é um grupo com um cunho de execução que é um pouco o do artesanato”.
Quanto ao concerto, no Teatro da Cerca de São Bernardo – “um sítio de intenções”, as que lhe confere a Escola da Noite, a “família habitante” do sítio, destaca Manuel Rocha –, acaba por ser um “desafio” e encerrar uma “expetativa”, porque o que se espera é um público que é, ainda nas palavras do músico, “o nosso público, o que não tem filtro, o que gosta ou não”. Com uma certeza: Catarina e os Mouros vão “fazer música que interessa às pessoas”, a mesma que lhes “interessa tocar”.