A Cooperativa Bonifrates estreia esta segunda-feira, em Lisboa, na Fundação Calouste Gulbenkian, a peça de teatro “Diz a verdade ao poder – Vozes do outro lado da escuridão”, no âmbito do colóquio internacional “Os Direitos Humanos e os desafios do século XXI”, que se prolonga terça-feira.
Depois da estreia, o espetáculo, com texto de Ariel Dorfman e Kerry Kennedy e encenação de João Maria André, estará em cena no Teatro-Estúdio Bonifrates, na Casa Municipal da Cultura de Coimbra, nos dias 17, 18, 25, 27 e 31 de maio, e ainda a 1, 7 e 9 de junho.
Ao DIÁRIO AS BEIRAS, João Maria André “explica” o projeto: “Diz a verdade ao poder – Vozes do outro lado da escuridão é um espetáculo que poderíamos inserir no género de teatro testemunhal. Trata-se de uma peça de teatro, escrita pelo autor chileno-americano Ariel Dorfmam a partir de um livro em que Kerry Kennedy, filha de Roberto Kennedy e presidente da Fundação para os Direitos Humanos que tem o nome deste político americano, reúne testemunhos de protagonistas na luta pelos direitos humanos e de pessoas que viram os seus direitos violados, em todos os continentes”.
Cada ator (13 e um músico em palco) dá voz a várias personagens, diz ainda o encenador, “tornando-se o canal por onde passam palavras de dor, de angústia, de desespero e de raiva, mas também de alguma esperança e de uma profunda solidariedade”, num espetáculo que, no fundo, é sobre os direitos humanos.
Sobre a “importância” do convite, João Maria André não tem dúvidas: “Para a Cooperativa Bonifrates é uma honra o convite da Fundação Calouste Gulbenkian em conjunto com a Fundação Robert Kennedy, para abrir, desta forma o colóquio internacional que se prolongará pelo dia 10 de maio com comunicações de personalidades notáveis do mundo do pensamento e da política”.
Com a Bonifrates a comemora 36 anos, ainda de acordo com João Maria André, “esta peça é uma expressão muito significativa da prática do teatro e da cultura como um exercício da cidadania e do modo como nos empenhamos em aliar a arte teatral ao despertar de uma consciência crítica e cívica, com um olhar que incide na violência que é exercida sobre os mais fracos e os mais vulneráveis”.