Foram trasladadas para o jazigo de família, em Montemor-o-Velho, em fins da semana passada, as cinzas do poeta A. Galvão Lucas, falecido no início do mês corrente.
Para a grande maioria, o autor de “Guia da experiência”, seu último livro editado pela Minerva Coimbra, em 2007, era identificado como o primeiro diretor administrativo da Celbi, lugar que ocupou muitos anos, como engenheiro.
Alguns sabiam-no compositor, autor de muitas músicas de canções ouvidas em festivais de canções.
Para mim, era um amigo, para cujo livro de estreia “De ânimo leve”, de 2006, da mesma editora, escrevi o prefácio, tendo querido o autor que, na capa, fosse reproduzida uma tela minha, colaboração que veio ocupar o lugar nunca preenchido, de versos meus, para uma melodia sua, quando nos reuníamos, há muitas dezenas de anos, para o efeito, na vivenda que habitava, no bairro dos responsáveis de Celbi, junto ao palácio Sotto-Mayor.
Em anos mais recentes, na sua Quinta da Fontalva, em São João de Areias, ou em Buarcos, onde habito, falámos de poesia, da sua e da de outros.
Tive o privilégio de ler, antes de serem publicados, os quatro livros que organizou – “Do lado do avesso”, de 2006, e um inédito que espero ver nos escaparates, homenagem indispensável a um homem bom e um grande poeta.