Opinião – Falinhas mansas

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Gonçalo Capitão

Gonçalo Capitão

E lá chora a Europa com mais um nojento atentado, desta vez na Bélgica

A mais do evidente repúdio e da óbvia revolta, creio que é tempo de acabar com as falinhas mansas.

É bonito e eticamente gratificante falar de direitos humanos e do quão elevada é a alegada superioridade axiológica da civilização ocidental, em geral, e da construção europeia, em particular, mas o facto é que essa “conversa” começa a saber a pouco às cada vez mais numerosas famílias das vítimas de atentados, aos refugiados e populações de “desembarque”, aos inocentes cidadãos que se vêem confrontados com um crescente número de medidas restritivas da sua liberdade (designadamente, de circulação), e a todos quantos, directa ou indirectamente, associam a vida em sociedade ao respeito recíproco (que lirismo o nosso, ao que parece…).

Desde logo, importa que os líderes religiosos que pregam na Europa e, na medida do possível, os que ensinam a fé muçulmana nos países cujas populações observam essa respeitável e ancestral confissão, comecem a passar da mera condenação ao acto de denunciar quem suja o nome de Alá com actos que nada têm a ver com o verdadeiro Islão.

Não basta continuar a dizer que quem o faz é inimigo da fé; é necessário punir ou entregar quem inquina de forma tão vil e cobarde a paz mundial.

Depois, seria relevante entender até quando estaremos dispostos a ser uma civilização castrada, na Europa.

O facto é que, em nome da suposta e mencionada superioridade do nosso modo de ver o ser humano e a vida, com as honrosas excepções do Reino Unido (quase sempre) e da França (algumas vezes), em homenagem a restrições orçamentais, por causa de medo de baixas próprias e colaterais (as mesmas que os atentados desconsideram e de que os terroristas se riem) – por tudo isto, dizia – não debelamos este anátema, não cortamos o mal pela raiz, não destruímos estes canalhas… E quando o digo, digo-o dentro e fora de portas.

No primeiro caso, havendo ninhos de víboras claramente identificados nas metrópoles europeias, é urgente acabar com a auto-restrição imposta pela esquerda radical (que agora assobia para o ar, como se o estado abúlico em que vivemos não fosse fruto de anos de desconstrução da lei e ordem, sob a acusação idiota de reminiscências fascistas) e permitir às polícias que, observados os direitos fundamentais de presumíveis inocentes, não se detenham por anacrónicos limites horários, impedimentos de rastreamento tecnológico ou medo de usar a força proporcional e necessária para o combate deste flagelo (a verdade é que, mesmo que o infractor seja brutal, aparece sempre um trotskista armado em moralista a falar de violência policial, mesmo quando esta, que é condenável, não existe).

Se continuarmos nesta “anarquia mansa”, os Trump deste mundo começarão a ganhar nos EUA, na Polónia, na Hungria, na Rússia e por aí fora…

Não reagir com mão firme, ao invés do que possa parecer, é precisamente a forma de caminharmos para um Estado securitário, para uma Europa fortaleza e para o fim de uma Era.

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