O presidente da Câmara de Águeda disse hoje que ainda não está assinado o contrato, mas estão reunidas as condições para o investimento da Fritz Manufacturing numa fábrica de bicicletas no concelho, anunciado na terça-feira em Taiwan.
“O processo ainda não está fechado, mas é uma fábrica que em princípio vai ficar no Parque Empresarial do Casarão, onde temos disponibilidade de terreno e a empresa sabe as nossas condições. Pela nossa parte não vai haver problemas”, disse à Lusa Gil Nadais.
O presidente da Fritz Jou Manufacturing, empresa de Taiwan dedicada ao fabrico de bicicletas de gama média alta, anunciou na terça-feira em Taipé que a empresa deverá abrir uma nova fábrica em Águeda até ao final do ano.
De acordo com o empresário, o investimento, cujo valor não revelou, tem em conta o projeto de regresso à fabricação da indústria europeia da bicicleta e permite à Fritz Jou Manufacturing estar junto ao mercado e controlar o fornecimento de componentes.
“Vamos produzir onde está o mercado, reduzir tempos e melhorar a nossa flexibilidade. Esse é o nosso objetivo final”, disse Fritz Jou Jou, presidente da companhia.
Em Taipé foi anunciado que a nova fábrica da Fritz Jou Manufacturing terá uma capacidade de 250 mil unidades por ano, esperando a empresa estar a laborar em Águeda ainda este ano.
Segundo Gil Nadais, tem havido troca de informações com a empresa que pretende vir a ocupar uma área de 40 mil metros quadrados no Parque Empresarial do Casarão.
Águeda, que alberga o ‘cluster’ das duas rodas em Portugal, poderá ainda vir a receber outro investimento de vulto, caso se confirme a decisão da Cronus Bikes, uma multinacional do setor, em deslocalizar para Águeda a produção que atualmente tem na Tunísia e no Camboja, face à política comunitária de fazer regressar a fabricação à Europa.
Notícias numa publicação da especialidade, ainda não confirmadas por aquele “gigante” do setor, dão conta de que a Cronus Bikes quer fazer uma nova fábrica em Portugal, precisamente em Águeda, com capacidade para 600 mil unidades por ano.
“Ficamos muito contentes se se vier a concretizar essa opção. É uma possibilidade a que respondemos com expectativa e colocando todas as condições que temos disponíveis para receber esses investimentos, mas neste momento é prematuro dizer algo sobre isso”, disse Gil Nadais à Lusa.
O autarca explica a atenção que está a ser dada a Águeda na Ásia com a aposta que foi feita na “Triangle´s”, uma parceria entre as empresas Rodi, Miranda & Irmão e Ciclo Fapril, para produzir quadros de alumínio com recurso a robots, que atualmente são feitos manualmente na China.
“Quando fizemos a aposta em trazer para Águeda a Triangle’s percebemos o que poderia advir daí. Se temos a produção das rodas e o fabrico de outros componentes em Águeda, com a produção de quadros é natural que essas sinergias surgissem e felizmente estão a ser concretizadas”, comentou.
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