1. Estaremos, todos, sempre com ele na defesa de Coimbra
Partiu António Almeida Santos. Partiu um eterno estudante de Coimbra! Fica mais pobre esta cidade que ele tanto sentia e amava e de que era seu prestigiado arauto! Partiu um amigo de todos nós! Um cidadão de Coimbra e do Mundo!
Todos os que amamos Coimbra vamos sentir a falta da sua presença física! Da sua educação e elegância no trato, da sua palavra amiga e solidária, da sua disponibilidade e generosidade!
Mas fica algo de mais perene e reconfortante! O seu espírito, a sua forma de estar na vida esclarecida e determinada, a sua recordação, a sua memória, o seu exemplo!
Almeida Santos será sempre, para todos nós, uma referência incontornável como exemplo de amor e dedicação a Coimbra e à sua Universidade! Estaremos sempre com ele e sabemos que ele estará sempre connosco na defesa desta cidade!
2. Cântico de louvor a Coimbra e à sua Universidade
A última vez que contactamos Almeida Santos foi há cerca de três meses, a quem enviamos um exemplar da 1.ª edição do Livro “Coimbra. Cidade Universitária da Lusofonia – Crónicas de afectos com pessoas dentro”. Gostaríamos que o lesse e nos enviasse um comentário para a 2.ª edição, que sairia daí a umas semanas.
Extremamente satisfeito com o convite e embora muito ocupado (como era seu apanágio) e com a saúde um pouco em baixo (como confessou) ficou logo disponível para o fazer! Passado uma semana recebemos a sua afectuosa carta com os seguintes dizeres (que transcrevo com emoção):
“Caro Hélder Rodrigues/ O seu Livro sobre a nossa Coimbra é um belo texto sobre a cidade, os seus estudantes, as suas tradições.
A velha Universidade tem resistido brilhantemente à concorrência das novas Universidades. E quando seria de lamentar o contrário, o velho mito coimbrão, com as suas tradições, o seu folclore, as suas cantigas, a sua Academia, os seus poetas e a sua Académica impuseram a velha Universidade como um paradigma de saber, de tradição e de graça.
Aconteceu o mesmo com algumas das mais antigas Universidades europeias. O meu amigo captou-lhe o “quid” que a caracteriza e distingue!
Creia no apreço, no mérito e na gratidão do “velho” Almeida Santos que sempre se revê na figura do estudante de Coimbra; no saber e na formação em geral, como bom aluno, bom desportista, razoável guitarrista e cantor do fado. Absorvi, assim, o melhor que Coimbra me podia ensinar. Com uma ressalva; adversário da praxe académica!
O seu Livro é mais um dos bons Livros sobre a Lusa Atenas. Parabéns por ele! Afectuosamente. (António Almeida Santos)”
3. Brindar a Coimbra e aos valores que nos ensinou
Fecho os olhos e parece-me ouvi-lo cantar, lá no Além onde estiver, como tanto gostava de o fazer e nós de o ouvir: “Se ouvires dizer algum dia/ Que um estudante morreu/ Canta-lhe uma Ave Maria/ Que esse estudante sou eu!”
Almeida Santos sabe que deixou aqui uma plêiade de amigos que jamais o esquecerão! Que farão tudo o que estiver ao seu alcance, através de ideias, pensamentos e actos, para que o seu amor por Coimbra não tenha sido em vão!
E “lá longe ao cair da tarde”, onde todos um dia nos iremos finalmente encontrar, possamos numa calorosa tertúlia coimbrã, brindar aos valores da amizade, liberdade, fraternidade e solidariedade que Coimbra nos ensinou para a vida e para sempre!
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