Gostava que António Guterres tivesse sido candidato a Presidente da República. Mas apoio Sampaio da Nóvoa. Isto não faz de Sampaio da Nóvoa uma segunda escolha. Guterres só teria sido um bom candidato se tivesse sido candidato. Como não é, considero que foi desclassificado. Não o censuro. Até percebo que quem conhece tanto da política caseira se afaste dela. Mas isso não resolve o problema do país. E quanto a Guterres estamos conversados.
A Sampaio da Nóvoa criticam-lhe a inexperiência. E a poesia.
Tomam por experiência a familiaridade com as alcatifas e um lugar cativo nos mentideros.
E acham que um Presidente tem que ser pragmático. Sem flores, nem metáforas. São as metástases da austeridade a chegar à Política.
Por mim, acho que Sampaio da Nóvoa tem a inexperiência necessária para repensar as soluções habituais, aquelas que nos têm conduzido aos resultados conhecidos. E tem a poesia fundamental para uma nova relação de confiança entre os cidadãos e a política. Sim. A poesia é importante.
O país está farto de soluções TINA, de certezas absolutas, de ratings. Os níveis de abstenção não são um sinal de maturidade democrática, são o manifesto de um absoluto desprezo pela política. Às vezes temo que o desprezo se transforme em amargura, depois em desânimo, em ódio e em revolta.
Para combater este estado de coisas, é importante fazer diferente. O que não significa passar a fazer tudo ao contrário. Sampaio da Nóvoa tem currículo profissional e experiência de vida suficientes para arrasar a caricatura que alguns nos têm apresentado. Não será um tonto, a tropeçar nos tapetes e na Constituição. Será um de nós, a fazer cumprir Portugal. Com alma, carne e osso.