Ao fim de um ciclo de doze anos que transfigurou e modernizou o nosso concelho, a vontade da maioria dos conimbricenses determinou a eleição de um ex-presidente que tinha sido responsável por um dos períodos mais apagados e cinzentos da história de Coimbra.
Coimbra voltou, assim, a sentir a liderança centralista, pouco dialogante, enredada na burocracia e incapaz de congregar forças e vontades, a que Manuel Machado já a tinha habituado na sua anterior passagem pelo cargo.
Nos dois anos que entretanto passaram, Coimbra estagnou, limitando-se a concluir obras transitadas do anterior executivo, como o arranjo urbanístico de Santa Clara, as Escolas do Loreto e de Santa Cruz, o Convento de S. Francisco e adiando projetos como o Terreiro da Erva, a recuperação das margens e o desassoreamento do rio Mondego.
No que respeita à atração de empresas e à criação de emprego, desapareceu a anterior aposta no iParque, deixou-se adiar sine die o investimento do IKEA e a Câmara de Coimbra ainda se deu ao luxo de não se empenhar na concretização de um importante investimento tecnológico da IBM, que acabou por ir para outra cidade.
Se não fosse a firmeza e a união da oposição, na Câmara e na Assembleia, o PS nem tinha cumprido a solene promessa eleitoral de descer a taxa do IMI e quanto à diminuição de outros impostos, nada há a acrescentar.
Em vez de ser assumida como um dos maiores desafios de Coimbra, a inscrição da Universidade na lista do Património da Humanidade foi vista, pela atual maioria, como um presente incómodo, sendo gritante a incapacidade para usar a classificação obtida há dois anos para projetar alto a marca “Coimbra” como destino turístico de referência.
Ao fim de dois anos de poder socialista, na Câmara e fora dela, voltou a imperar um clima de crispação e de conflito permanente, sem limpidez democrática dos processos, acentuando a incapacidade da atual liderança de conviver com entidades, forças políticas, associações ou cidadãos que ousem discordar da apatia instalada.
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