Projeto quer pôr “Cultura Cigana em Movimento”

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TRAMPOLIM LC (11)

Aprender danças ciganas ou a construir e tocar caixa flamenca são algumas das atividades do projeto “Cultura cigana em movimento”, que vai decorrer em Coimbra. A iniciativa é promovida pelo CASPAE e tem por âncora o Projeto Trampolim, implantado no Planalto do Ingote.

O projeto decorre entre setembro a dezembro e compreende três atividades – Oficina de Dança Cigana; Oficina de Percussão em Caixa Flamenca; Workshops de Construção de Caixas Flamencas – culminando, depois, com um fórum, no dia 17 de dezembro, no IPDJ.

Na génese do programa está o empenho de três jovens ciganos, a que se associa um professor de música, Igor Alves. No horizonte deste projeto-piloto está, entretanto, uma ambição mais ampla: a criação de um Centro Cultural Artístico Cigano na Cidade de Coimbra, por parte destes e outros jovens.

Os três jovens ciganos estão, obviamente, envolvidos no Trampolim – um projeto em que as danças ciganas tiveram particular relevo. Há seis anos, porém, deixaram de ser treinadas e dançadas com regularidade, embora ainda se recuperem, de quando em vez, nas aulas da professora Margarida Azenha.

Já as caixas flamencas têm tido presença crescente. Trata-se de instrumentos de percussão muito característicos, que têm origem no Peru e oferecem uma sonoridade e um dispositivo cénico muito próprios. Refira-se que, nos últimos tempos, o Trampolim tem acolhido sucessivos ateliês de construção de caixas, que depois são vendidas. Parte das receitas visa financiar uma viagem de intercâmbio com uma comunidade de características similares, em Rabo de Peixe, uma vila piscatória de São Miguel (Açores)

Estes ateliês desenvolvem-se no Espaço Trampolim. Este laboratório, há muito instalado no 2.º andar do Lote 2 do Bairro da Rosa é o centro nevrálgico do trabalho que ali se desenvolve.

Carla Mendes é a alma do projeto. Com ela trabalham três jovens: Marco Botas, dinamizador comunitário que reside no Bairro do Ingote, e os estagiários profissionais Samuel Gonçalves, de 20 anos, que tem o 12.º ano e é animador sociocultural, e Henrique Barbosa, com o 9.º ano, que estagia em assistência às famílias e apoio à comunidade.

Ao todo, o projeto abrange cerca de 350 pessoas, 300 das quais no Planalto, com diversas proveniências e etnias. Ainda assim, há um total de 130 ciganos, 80 dos quais crianças e jovens.

O trabalho desdobra-se por múltiplas valências – 26 ao todo. Determinante é o conjunto de iniciativas de inserção social, familiar e profissional e também de capacitação de utentes para a inserção social. São os casos dos gabinetes de emprego ou de apoio ao estudo, entre outros.

Mas a cultura, como a dança, a música e os já referidos ateliês de construção de caixas flamencas, é também importante. E há também o desporto, claro está, que é sempre um forte estímulo à participação. Por isso, há atividades de râguebi e muito futebol, nomeadamente, de rua e futsal. O treinador é o Samuel e a adesão é significativa: entre uma dúzia de miúdos, nove são ciganos. E como quem treina quer competição, a equipa não perde um torneio, como aconteceu em abril, no âmbito da Campanha para a Prevenção dos Maus Tratos na Infância.

Para a organização, o CASPAE tem como parceiros a Câmara de Coimbra, o IPDJ e a empresa Sinfonias Soltas, Lda. O financiamento é do Alto Comissariado para as Migrações.

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