Troika? Qual troika? Ah, sim! Foste tu que a chamaste! Não, foste tu! PS e PAF lançam a bola um ao outro. Foste tu! Não, foste tu! Não, tu! Tu! Tu!
A questão crucial para a vida dos portugueses foi colocada por Costa em debate com Coelho. A polémica instalou-se. De facto, nenhum dos três partidos do arco da desgraça quer ficar com os louros ou com os espinhos, com a responsabilidade histórica de ter convidado a troika para Portugal. Quem fala verdade e quem mente aos portugueses?
Em Carta Aberta aos Portugueses, sob o título “Os portugueses merecem a verdade”, Eduardo Catroga, que representou o PSD nos contactos com a troika, rebateu algumas das afirmações proferidas pelo líder do PS durante o debate com Passos Coelho.
“O propósito de torturar a memória dos Portugueses e de tentar reescrever a história dos factos não pode constar das armas dos partidos numa campanha eleitoral”, afirmou o ex-ministro, acrescentando: “Está para além de qualquer dúvida e de qualquer reinterpretação do passado que foram o ex-primeiro-ministro José Sócrates e o ex-ministro das Finanças Teixeira dos Santos a chamar a troika”.
Em 2011, era José Sócrates primeiro-ministro, a troika externa foi chamada a “ajudar” Portugal. Na verdade, quem o podia fazer e fez foi o governo. Logo, um dos meninos tem razão. Mas o outro menino também. Pedro Passos Coelho, em nome do PSD, em Março de 2011, dava a conhecer que o partido que liderava não iria deixar “de apoiar o recurso aos mecanismos financeiros externos”, caso o Governo assim o decidisse.
O agora primeiro-ministro dava assim o “ok” dos sociais-democratas à vinda da troika para Portugal. “Nestas circunstâncias, entendo ser meu dever levar ao seu conhecimento que, se essa vier a ser a decisão do Governo, o Partido Social-Democrata não deixará de apoiar o recurso aos mecanismos financeiros externos, nomeadamente em matéria de facilidade de crédito para apoio à balança de pagamentos”.
Ora, pois! Afinal quem tem razão? Os portugueses que o digam! Uns chamaram. Todos os três (PS, PSD, CDS) aplaudiram! O governo de Passos Coelho e Portas aplicaram as medidas impostas, mas com tal zelo e esmero que excederam o que era imposto. E o povo português sofreu e sofre uma das mais graves crises das últimas décadas. Os jovens partiram, o desemprego cresceu, os rendimentos e apoios sociais baixaram. O acesso a serviços públicos essenciais foi largamente limitado. Há miséria e fome em Portugal!
Enquanto uns discutem se são os pais ou os filhos da troika, recordemos a posição do PCP. A 5 de Abril de 2011, o PCP numa declaração pública, alertou para a grave situação do país, para as consequências de uma eventual ingerência de instituições estrangeiras num país soberano.
Então, veja-se bem!, em Abril de 2011, o PCP propôs a urgente renegociação da dívida nos seus prazos, juros e montantes, para libertar os recursos necessários para investir no desenvolvimento da actividade produtiva, na criação de emprego e no crescimento económico.
Na altura, uns gritavam pela troika! Muitos tentaram descredibilizar a proposta dos comunistas. A vida foi dando razão ao PCP e hoje são cada vez mais as vozes que se levantam em defesa da renegociação da dívida.
Troika? Qual troika? Vá lá, confessa! Foi o Pedro! Não, foi o Zé! Foste tu, Paulo! Ai, os meninos! Tão troika-tintas!
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