Águeda é terra de eleição. Antiga terra de condes, outrora conhecida por Pequena Coimbra, é sabido ser fecundo ventre da gente mais empreendedora de toda a Região Centro.
Há muito que existe pujante desenvolvimento empresarial na capital das duas rodas (bicicletas e motorizadas), onde muitas empresas fabricam componentes altamente especializados para a indústria automóvel, hospitalar, energética e aeronáutica, entre muitos outros setores industriais.
É terra de gente de trabalho, comprometida e leal, que sabe conciliar sucesso empresarial com solidariedade e onde o desemprego sempre é inferior ao que se vê acontecer no resto do país. É terra de quem sabe que construir o futuro é decisão própria de quem não fica à espera que lhe digam como e o que fazer, para dar a ganhar o pão que assegure o dia-a-dia dos trabalhadores.
Assisti, há poucos dias, ao 50.º aniversário da empresa Ciclo Fapril, que devia ser divulgada como arquétipo industrial da região e da nação! Trata-se duma empresa familiar do ramo metalomecânico, que já vai na segunda geração de gestores, que a continuam a catapultar como fornecedora modelar de muitas outras empresas de sucesso, na Europa e resto do Mundo.
A festa aconteceu no paradigmático edifício da Alfândega do Porto, que tem mais de 150 anos. O simbolismo da escolha do local teve a ver, por certo, com o pendor exportador da empresa e para facilitar a presença de clientes internacionais. Note-se que a Região Centro não possui um aeroporto, mesmo que pequeno, que a coloque no centro do mundo! Muito há que fazer para tornar a região muito mais competitiva, desfazendo imbróglios que tolhem o progresso, como o é não haver meios para os clientes do exterior acederem, com rapidez, às empresas desta região!
A Ciclo Fapril, que mantém uma postura invulgar quanto às relações de trabalho, desde o 25 de Abril que celebra o 1º de Maio em são convívio de sócios e colaboradores do pequeno, mas curioso conglomerado industrial iniciado pelos fundadores, e que os filhos têm sabido preservar, desenvolver e ampliar, pelo que empregam hoje em dia cerca de duas centenas de trabalhadores!
A empresa expandiu-se, modernizou-se e investe continuadamente, alcandorando-se aos patamares cimeiros de competência industrial, num dos ramos empresariais mais competitivos do mundo! O desafio do futuro é permanente em qualquer empresa mas, especialmente no setor industrial, e num país que continua periférico relativamente aos centros de consumo europeus, o exemplo dos dinâmicos gestores desta moderna metalomecânica merece o maior relevo público!
Por isso custa entender a razão de, em ocasião tão marcante, o Ministro da Economia não ter comparecido num evento que até ocorreu num sábado à noite, na cidade em que reside! Ou que nem tenha assegurado a representação do Governo, por um dos muitos Secretários de Estado!
Noutros tempos de governo social-democrata da nação, nunca faltou às PME´s (pequenas e médias empresas) o interesse e a presença solidária de quem tinha por função apoiar quem tem visão empresarial, gosto pelo risco e sabe criar postos de trabalho para incrementar a exportação de produtos e serviços gerados endogenamente, que carreiam divisas que desenvolvem o país!
Pode até parecer que este Ministro não presta mais atenção às PME´s por julgar que o futuro do país depende das que se dizem campeãs nacionais! Vã ilusão, e puro engano de quem talvez não conheça bem o país real, nem saiba aproveitar as oportunidades para divulgar um Portugal exemplar. É que não há muitas empresas a celebrar 50 anos de sucesso, como ocorreu com esta!