Chegou ontem ao fim, a 7ª edição do Festival das Artes de Coimbra sob o tema Festa! O festival deu voz a várias formas de arte: da música à pintura passando pelo teatro, literatura, cinema, fotografia, dança e assim por diante! Aconteceu essencialmente no Anfiteatro Colina de Camões, localizado nos jardins da Quinta das Lágrimas – um espaço ao ar livre só por si de cortar a respiração – mas estendeu-se a vários espaços da cidade, desde o Edifício Chiado, ao Mosteiro de Santa-Clara-a-Velha, Museu Nacional de Machado de Castro, Casa da Escrita e até ao rio Mondego a bordo do barco Basófias pondo assim em destaque um valioso património material e imaterial português, sobretudo de Coimbra. Poderá dizer-se: um luxo nos tempos que correm. E é, mas não pelos custos em que incorre o cidadão comum pois esse só tem a ganhar, senão vejamos. Ao dinamizar os espaços da cidade, ao impulsionar a hotelaria e a restauração, ao ativar o comércio local – quer chamando público a Coimbra, quer fomentando a participação dos aqui residentes – está a mexer com a economia local e a promover o emprego. E não falo só dos artistas que participam, mas de todo o staf do próprio evento e das pessoas que direta, ou indiretamente, acabam envolvidas a nível profissional. O Festival das Artes ao ambicionar ser uma referência no âmbito dos festivais culturais europeus, constitui-se como uma âncora de turismo cultural que ajuda a promoção de Coimbra. Agora, o conceito de cultura é complexo paradigmática e polissémico. Aqui falamos de Cultura na sua aceção mais comum, como um conjunto de bens e serviços do tríptico Artes / Património/ Ciência e, neste sentido, surge como dimensão recorrente das estratégias de desenvolvimento regional, local e urbano. Já não foi por acaso que o lançamento do Ano Europeu do Desenvolvimento 2015, na Bélgica, em Janeiro passado, teve como tema, precisamente, “A Cultura como pilar da cooperação para o desenvolvimento” – neste caso referindo-se a países terceiros apoiados pela UE. A situação serviu para que o fenómeno fosse objeto de debate e atenção e para que novos dados, nomeadamente, estatísticos surgissem. Ainda assim, economistas e decisores políticos, em geral, concentram a sua atenção sobre fenómenos tangíveis tendendo a evitar envolver-se com a cultura e o papel que pode desempenhar em mover um país para a frente. Acontece que, hoje em dia, os setores culturais e criativos são dos setores económicos mais dinâmicos, até a nível local, continuando a registar um crescimento médio anual de 14%, mesmo com o comércio mundial a decair. São também, na maior parte dos países, a maior fonte de emprego jovem comparado com os outros setores da economia. Este já emblemático evento, ao certificar Coimbra como cidade cultural, tem impacto no crescimento da atividade económica da nossa cidade e está a contribuir para colocar Coimbra no lugar que merece em Portugal , na Europa e no Mundo.