Da medicina à gestão de empresas, da economia à engenharia, de comissário de bordo a conselheiro financeiro, em muitas áreas da sociedade portuguesa é hoje possível encontrar antigos futebolistas em busca de um novo sucesso. Dos que se licenciaram após deixarei a carreira de futebolista, muitos fizeram-no em Coimbra.
Joaquim Evangelista exibe a nova face do futebolista nacional. “Há uma mudança de mentalidade: a de que o futebol não garante o emprego e de que temos de estar preparados para outras atividades. É também um alerta para os pais que veem no futuro dos filhos futebolistas a resolução dos seus problemas”.
Aos 43 anos, Albertino Alves (Salgueiros, Académica, Marítimo, entre outros, terminou a carreira em 2012/13), é osteopata mas foi pelo curso de Educação Física, em Coimbra, que começou a traçar o seu futuro, motivado pelo então presidente da ‘Briosa’, Fausto Correia, que lhe ensinou ser “um curso, uma enxada para a vida”.
Com a saída para o Marítimo deixou Coimbra e a faculdade para trás, mas por pouco tempo. A osteopatia – então uma aposta incerta por ser desconhecida no país – foi “amor à primeira vista”, confessa Albertino, orgulhoso da opção feita e que lhe permite ter uma vida longe dos estádios, ainda que a osteopatia, frise, “tenha lugar no futebol”.
Hoje um ativo atleta de provas de estrada, Albertino não se imagina a voltar ao futebol, “a menos que seja um projeto aliciante”, mas sempre nas atuais funções.
Já João Tomás, de 40 anos, (Académica, Benfica, Bétis, Catar, Emirados Árabes Unidos e Angola, entre outros, finalizou a carreira em 2012/13) frequenta a Escola Superior Desporto e Lazer de Melgaço para concretizar um sonho que começou na faculdade, em Coimbra.
Precipitado o final de carreira a meio do contrato em Angola, foi por uma questão de “orgulho pessoal” que retomou os estudos determinado a acabar a licenciatura que lhe permitirá poder trabalhar a parte física dos atletas de elite.