“É um sinal claro do desinvestimento do Estado” na área dos cuidados de saúde primários: no Centro de Saúde Norton de Matos, as pás do único desfibrilador disponível estão fora de prazo há cinco anos. A denúncia foi feita ontem pelo presidente da Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos (SRCOM). Para Carlos Cortes “não é admissível que um centro comercial tenha que cumprir todos os requisitos e que num centro de saúde haja esta permissibilidade”.
O dirigente da Ordem dos Médicos falava ontem à comunicação social por ocasião do Dia Mundial do Médico de Família e fê-lo, precisamente, no Centro de Saúde Norton de Matos, unidade que abrange 30 mil utentes, dos quais 14 mil não têm médico de família atribuído. Ali, trabalham nove enfermeiros e 11 médicos o que, desde logo, “demonstra a desadequação entre o número de utentes e de profissionais de saúde”.
Na região Centro, “há quase 160 mil pessoas sem médico de família”, o “que corresponde a 8,5 por cento de quem está inscrito nos centros de saúde”. Como tal, há necessidade de colocar pelo menos 70 profissionais, afirmou Carlos Cortes, indicando que a falta de médicos de família na região afeta especialmente os distritos de Leiria, Guarda e Castelo Branco.