Opinião – PS e PSD estão condenados a entender-se!

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Luís Santarino

Luís Santarino

Não acredito em Kamikazes. Em política não existe disso. A não ser que a inconsciência tenha substituído a sensatez. As últimas decisões do Primeiro-Ministro e da sua Ministra das Finanças, parecem ter saído de um livro de ficção. Cortes e mais cortes, promessa de ainda mais rigor, deixam estupefacto o cidadão mais atento.

Deseja o PSD vencer as próximas eleições legislativas, ou estará farto de aturar “isto” e quer ver-se livre do sarilho? Os indícios são de derrota, apesar das sondagens darem um empate técnico. Tudo muito estranho porque não acredito em bruxas; mas lá que as há, há! Ou não há?

A governação do PSD foi desastrosa na leitura do cidadão comum. Os cortes, os aumentos, mas sobretudo, nada ter tido o efeito desejado. Antes, ter aumentado o deficit. Não acredito que alguém no seu perfeito juízo aumente a pressão sobre os cidadãos, se não tiver estudos de opinião que indiciem uma possível vitória ou empate técnico.

A que propósito então o anúncio do governo? Quais as reais motivações? Como reagirá o Partido Socialista e qual a resposta do PSD? Estamos a falar de xadrez e de matemática. A aritmética conta para nada!

Estamos numa fase muito simpática da discussão política. PS e PSD querem vencer as eleições. Mas sabem que sem maioria absoluta estão condenados a entender-se. Não tenho a mínima dúvida do que escrevo.

Na verdade estão ambos a fingir. O PSD a fingir que se quer coligar só com o CDS e o PS a fingir que vai ganhar com maioria absoluta. E os outros? Sim, os outros contam para quê? Só para o cenário mais ou menos democrático! Só isso e mais nada. Mero folclore. Como dizem os brasileiros, “o povo não está nem aí”!

Temos assistido a reações muito cautelosas do líder dos socialistas, desejando apresentar os princípios orientadores do próximo governo com serenidade e objectividade. O problema sério com que se debate, é que poderá não conseguir ir a votos sem apresentar antes o seu candidato a Presidente da República.

Apesar de ter havido uma pausa nessa discussão, ela vai voltar à ordem do dia, tanto que Sampaio da Nóvoa vai apresentar a sua candidatura. O PS apoia, ou nem por isso? E se nem por isso, quem vai apoiar? Passos Coelho há muito que tem o seu candidato escolhido. A não ser que seja o tal Kamikaze!

Onde a coisa poderá animar é nas hostes distritais dos dois partidos. Todos a acotovelarem-se para ver a quem o líder acena; vem daí ó pah. Sim, tu, que me dás jeito para levantar o braço! Pois. Que isto de levar um saco de votos à tiracolo tem muito que se lhe diga. Ou seja, quem levar mais votos da confraria, é o que melhor representa os cidadãos. Se dúvidas houvesse, a história passada assim determina. Além, claro, das decisões tomadas quase em clandestinidade. Mas isso é outra conversa. A democracia a funcionar!

O campeonato dos últimos pode vir a ser muito interessante. Todos juntos no combate ao PSD e ao PS. Mas, no confronto direto, naquele que vai atribuir deputados, aí é que a coisa vai ser gira.

Já se notam diferenças de discurso, principalmente contra o PS, como se este fosse o alvo preferencial a abater. Nada que já não tenham conseguido fazer. Honra lhes seja feito. Como dizia o outro, “ganharam à bruta com a moenga”!

O que me espanta, realmente espanta, é a forma como o PS mantém uma paciência de cão com quem a toda a hora se diverte a combate-lo. Não haverá forma de os deixar a falar sozinhos, ou ainda estarão os socialistas convictos que uma maioria de esquerda é possível?

Se o PS um dia, por absurdo ou não, estendesse 3 pastas governamentais a algum desses partidos, isso é que era a vê-los fugir a sete pés. Uma coisa é ser contra, outra bem distinta é pegar na caneta e assinar. Decidir custa. Ai não não custa!

Por isso o PS vai ter de lutar contra todos. Para ganhar. Para ficar apenas refém do seu programa e da sua acção política.
Só que de parvo o PSD não tem nada.

Veremos nos próximos capítulos o que irá acontecer.

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