Os Cuidados de Saúde Primários são a “porta de entrada” para o Serviço Nacional de Saúde, pelo que tem havido um enorme esforço para que eles assegurem a necessária proximidade junto das populações e proporcionem os actos inerentes às suas características, com qualidade e em tempo clínica e socialmente adequado.
A recente Unidade de Saúde Familiar Coimbra Norte é mais uma prova desta actividade reformista. Integrada no Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) Baixo Mondego, a nova USF garante resposta assistencial a 9.218 utentes. Com a entrada em actividade desta nova USF, o ACES Baixo Mondego passa a ter 17 em funcionamento, aumentando o número de USF na região Centro para 52.
Considerando o objectivo maior de cada português ter o seu médico de família, a Medicina Geral e Familiar é uma das especialidades médicas onde existe carência de recursos humanos, e por isso têm sido tomadas medidas muito concretas para que cada vez mais cidadãos tenham acesso a um médico de família.
Apesar das restrições financeiras em que vivemos nos últimos anos, foram investidos, no total, mais de 13 milhões de euros nos Cuidados de Saúde Primários e em Saúde Pública. Estamos no caminho em direcção ao objectivo maior, pois nos últimos 2 anos temos mais 343 mil portugueses com médico de família, existindo um aumento do número de utentes por médico de família (+617 mil utentes/ano).
Estes são alguns dos factos que desmentem o propalado desmantelamento do SNS, que pela voz de alguns se iniciou há décadas, nunca se concretizou, mas não deixa de ser anunciado diariamente como facto consumado. Ainda há dias assisti à apresentação de um estudo sobre o impacto da crise financeira no sistema de saúde.
Os dados do estudo referiam-se ao ano de 2012 e os seus autores, depois de constatarem que em toda a Europa houve a necessidade de cortar gorduras, identificam quais os desafios que se colocavam a Portugal no início de 2013: o acesso aos mercados financeiros (onde Portugal, neste ano, tem batido recordes sucessivos nas taxas de juro a que se financia); diminuir as dívidas públicas (as dos hospitais portugueses diminuiu drasticamente); a diminuição do desemprego, que se tem verificado, apesar de ainda ser alto; a necessidade de crescimento económico (que é já uma realidade) e de controlo do deficit (em linha com o esperado).
Temos conquistado com muito sacrifício todos estes objectivos e não podemos criar novamente gorduras, de forma a de no futuro estarmos melhor preparados para uma crise, caso ela venha a ocorrer. Conseguimos tudo isto com um grau de satisfação dos utentes do SNS, de acordo com o Sistema Nacional de Avaliação em Saúde (SINAS), de 89% em 2014. O trabalho tem valido a pena e tem sido reconhecido por quem dele precisa.