No ano em que a companhia que criou e apresenta em nome próprio completa o 20.º aniversário, Paulo Ribeiro mantém em cena o espetáculo com o qual voltou a pisar o palco. É com esse espetáculo – “Sem um tu não pode haver um eu”, solo inspirado no universo de Bergman –, que o coreógrafo e bailarino regressa esta quarta-feira ao Teatro Académico de Gil Vicente (TAGV), em Coimbra, para celebrar o Dia Mundial da Dança.
Para a sala da Universidade de Coimbra, o espetáculo de Paulo Ribeiro, que sobe ao palco às 21H30, é o último de uma programação de três – antes estiveram Rui Horta e Miguel Moreira – que fizeram o Mês da Dança no TAGV.
Em “Sem um tu não pode haver um eu”, considerado um dos 10 melhores espetáculos de 2013, pelo Expresso, e também de 2014, pelo Público, Paulo Ribeiro “toma por inspiração e referência o cineasta Ingmar Bergman para coreografar e regressar, uma vez mais, à sua condição de bailarino. É a dança de um coração em carne viva, na qual o coreógrafo ousa explorar – e sublimar – matéria autobiográfica”.
O espetáculo começa, aliás, “sob a luz” de “Lanterna Mágica”, a autobiografia do cineasta sueco. “Bergman cruza-se comigo num momento em que considero que temos de nos debruçar sobre a nossa felicidade, tenha ela os contornos que tiver. Apesar de nos tentarem abafar com números e realidades que não são as nossas, a condição humana tem de vingar”, afirmou Paulo Ribeiro aquando da estreia do espetáculo com o qual regressou ao palco, depois de “Jim”, outro momento marcante da já longa carreira do coreógrafo e bailarino que é um dos nomes fundadores da dança portuguesa contemporânea.
Na peça que, esta quarta-feira, em Coimbra, celebra a dança, “há amor, ódio, solidão, angústia, dilemas conjugais, luta interior, desmoronamento, mãos e mãos”. E há a arte de Paulo Ribeiro e o gosto de voltar a vê-lo, só, em palco.
Em palco ainda, a música é de Robert Wyatt, Franz Koglemann, Bach e Magnus Lindberg. O figurino é de José António Tenente e o desenho de luz de Nuno Meira, numa coprodução Fundação Centro Cultural de Belém, CCVF e Teatro Nacional de S. João. Preço dos ingressos varia entre os cinco e os sete euros. O passe Mês da Dança (com os três espetáculos) custa 12 euros.