O Movimento dos Utentes dos Serviços Públicos (MUSP) entrega na quarta-feira na Assembleia da República uma petição contra a eventual privatização do Hospital de Cantanhede, na expectativa de que o Serviço Nacional de Saúde (SNS) não sofra mais amputações.
“Esperamos que os deputados não se esqueçam dos objetivos que estiveram na criação do SNS, das populações desfavorecidos e que estão longe dos hospitais, que precisam de serviços de proximidade”, disse à agência Lusa Fátima Pinhão, da direção nacional do MUSP.
A petição, exigindo que o Hospital Arcebispo João Crisóstomo se mantenha “como hospital público e contra a sua privatização”, reúne mais de 5.000 assinaturas de utentes de Cantanhede, mas também dos municípios vizinhos de Mira e Montemor-o-Velho, nomeadamente da freguesia de Arazede, que está no raio de ação daquela unidade.
O texto do abaixo-assinado refere que a portaria 82 de 2014, de 10 de abril, exclui esta unidade de saúde da lista de hospitais públicos, “o que significa que o Ministério da Saúde já tomou a decisão de privatizá-lo”, segundo o MUSP.
“Os abaixo-assinados pronunciam-se pela sua manutenção na esfera pública, integrado no Serviço Nacional de Saúde, no respeito do preceito constitucional de que a saúde é um direito universal, geral e tendencialmente gratuito, garantido pelo Estado”, lê-se no documento.
“Estamos contra a privatização do hospital, que desapareceu da lista de hospitais públicos publicada este ano pelo Ministério da Saúde, porque defendemos a saúde pública e acessível a todos”, sublinhou Fátima Pinhão, esperançada de que uma mudança no Governo em 2015 possa reverter a situação.
Uma delegação do MUSP vai entregar a petição na quarta-feira, às 11:00, numa audiência com o vice-presidente da Assembleia da República António Filipe.
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