O presidente do Instituto Politécnico de Coimbra (IPC), Rui Antunes, anunciou que foram atribuídos fundos comunitários no valor de 3,7 milhões de euros à instituição para a criação de laboratórios de investigação.
A concessão do financiamento, disponibilizado no âmbito do Programa Operacional Regional do Centro (‘Mais Centro’), implica que os projetos de laboratórios de investigação sejam executados até março de 2015, adiantou o presidente do IPC.
Rui Antunes falava na sessão de abertura solene das aulas no IPC, que decorreu quarta-feira no auditório da Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Coimbra (ESTeSC), cuja “Lição de Abertura do Ano Letivo 2014/15”, subordinada ao tema “A crise da dívida e o ensino superior em Portugal”, foi proferida por Francisco Louçã, catedrático do Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG).
Além da investigação, colocam-se outros desafios ao Politécnico de Coimbra, afirmou Rui Antunes, defendendo a necessidade de o estabelecimento a que preside “captar mais estudantes fora de Portugal” e de apostar nos cursos superiores de formação profissional.
Embora discorde do modo como foram criados e de muitas das normas que regem aqueles cursos, Rui Antunes defende que o IPC deve “dedicar-lhe o maior investimento”.
Os cursos superiores profissionais merecem “muitas críticas”, mas devem ser encarados com “seriedade”, sustentou.
Rui Antunes voltou, por outro lado, a criticar “as operações de financiamento do ensino superior, tal como da ação social [escolar] direta e indireta”, nas quais “não se consegue encontrar nada de racional”.
O futuro não pode ser apresentado como “desculpa para roubarem o presente”, defendeu o presidente do IPC, recordando a lição da sessão solene de abertura do anterior ano letivo, nas instalações da Escola Superior Agrária (ESAC), proferida pelo historiador Pacheco Pereira.
“Têm-nos sido coartadas condições [de funcionamento] muito para além do que seria razoável”, salientou Rui Antunes, afirmando que “esta situação de austeridade, de contenção”, imposta “em todas as ações sob a espada das finanças”, faz com que se olhe para o ensino superior com “muita preocupação”.
A situação provoca “grande desmotivação”, mas ela não pode inviabilizar a adoção de “uma atitude positiva”, nem “comprometer o espírito crítico” (que deve ser uma das principais atitudes da escola), apelou.
Além da ESTeSC e da ESAC, o Politécnico de Coimbra possui quatro outras unidades de ensino: escolas superiores de Educação, de Contabilidade e Administração e de Engenharia, também em Coimbra, e de Tecnologia e Gestão, em Oliveira do Hospital.
Fundado em 1979, o Politécnico de Coimbra é frequentado por perto de dez mil alunos (9-966 no ano letivo de 2013/14), tem cerca de 650 professores e mais de três centenas e meia de funcionários não docentes.