Para fazer a economia crescer, criar novas oportunidades de emprego e aumentar a riqueza nacional, devemos aproveitar melhor as energias endógenas de origem renovável, incrementar o uso eficiente e a poupança de energia.
Porque não aquecemos estufas agrícolas a partir de energia renovável, como biomassa e solar, ou convertemos em energia mais de mil toneladas de camas de aviários, biomassa animal gerada por dia, em grande parte na Região Centro, evitando a sua dispersão em terrenos, com riscos para a saúde pública? Porque não reconvertemos dois milhões de hectares de terras, abandonadas ou subaproveitadas, muitas com aptidão florestal?
Temos na biomassa a nossa maior fonte de energia endógena e renovável. Podemos aumentar em 50% a cobertura florestal do País, que atinge 39%, e com isso incrementar a disponibilidade de biomassa florestal, para a transformar em energia.
No futuro, com base em tecnologias emergentes, transformaremos as nossas florestas em biocombustíveis líquidos, e no imediato, com tecnologias maduras e óbvios benefícios ambientais, económicos e sociais, podíamos mais que duplicar a geração de calor e eletricidade, com base na biomassa residual, diminuindo a dependência energética nacional, que supera os 70%. E porque não valorizamos os “lixos”?
O Governo anterior dotou a Empresa de Resíduos Sólidos Urbanos do Centro (ERSUC), com duas centrais de tratamento mecânico e biológico avançado de RSU´s (resíduos sólidos urbanos), que produzirão, a partir dos “lixos”, 200.000 toneladas/ano de combustíveis derivados de resíduos (CDR´s), que a União Europeia equiparou a biomassa.
Os investimentos, em Vil de Matos e junto ao nó Aveiro Sul da AE-1, estarão concluídos, mas as 37 Câmaras sócias da ERSUC não impõem a valorização energética desses CDR´s, embora seja viável explorar centrais termoelétricas que os utilizem, em conjunto com os resíduos florestais, para gerar eletricidade “verde” para muitos portugueses, e diminuir o risco de incêndio florestal na região!
Urgindo valorizar a Floresta e os RSU´s, seria expectável que essas autarquias defendessem junto do Governo a valorização energética de CDR´s, motivando empresários a implementarem central termoelétrica capaz de, com eles, gerar energia endógena e renovável, melhorar o ambiente, criar empregos e riqueza. Assim como se aguarda que algumas dessas autarquias, na reabilitação do centro urbano das urbes, promovam redes de distribuição domiciliária de energia térmica de origem renovável, gerada em sistemas híbridos, a partir de biomassa residual e solar.
Existem incentivos para que aquecimento e arrefecimento ambiente, e a geração de eletricidade, se façam a partir de energias alternativas, pelo contributo dado para a sustentabilidade, emprego e economia. Cabe ao Estado (Governo e Autarquias) estabelecerem políticas de intervenção concretas, para que entidades públicas e privadas invistam na eficiência e na poupança energética, e passem a privilegiar o uso das energias endógenas e renováveis que possuímos!
Dinamizar a economia exige olharmos para o País real! Com tanta floresta, e relevantes potencialidades no setor primário, devia constituir desígnio nacional valorizar os recursos energéticos endógenos e renováveis. A sua promoção passa certamente pela maior aposta local nas potencialidades existentes, valoriza