Lucilio Carvalheiro
Princípios. Confiança. Motivação. As traves mestras que suportam uma boa família; uma boa empresa; um bom País.
Daqui resulta a seguinte pergunta: em que consiste o pensamento do Governo PSD/CDS? O resultado é decepcionante. Sem dúvida que as periodizações e interpretações que se podem fazer sobre a governação do Dr. Passos Coelho e Dr. Paulo Portas, invariavelmente mostram a fraqueza dos seus princípios, da confiança nula que merecem, bem como do seu método, toda a desmotivação nacional.
Não será, antes, mais avisado considerá-los como simples e provincianos propagandistas? Acreditar neles, minimamente que seja, não revela compreensão histórica nem sentido histórico.
Ora, tanto quanto um político pode fazer é prever todos os ventos e remoinhos à sua frente. Como ilustração elementar refiro o problema do desinteresse, profundo, dos cidadãos e a classe política, quase uma aversão instintiva e algo semelhante será também a explicação ingénua ou popular: “estou farto da política”; “os políticos são todos iguais”. É claro que poderia perguntar se não se dá o contrário, isto é, se a aversão instintiva e a sua explicação ingénua ou popular não será, antes, produto da má “educação” política (cívica), e o efeito mais do que a causa, redundar no grau zero da exigência?
Dito isto, o serviço prático que posso prestar confina-se, assim, a um alerta contra a próxima tormenta que o Dr. António Costa (Partido Socialista) tem de enfrentar – repor Princípios, Confiança, Motivação (mobilizar o eleitorado, o País); a minha ideia básica é a de que a degeneração política, particularmente protagonizada pelo Dr. Passos Coelho e Dr. Paulo Portas, está na raiz do ambiente social circundante.
Precisamente. A substância política é, portanto, que o Estado é a base e o centro de todos os elementos concretos da vida de um Povo, e, uma vez que o Estado deve ser forte, deve desafiar os poderes que lhe são hostis, para que possa servir de instrumento eficaz para a autopreservação dos portugueses, como Povo.
Neste sentido, vejamos um esboço político que nos deve levar a reflectir, seriamente. É certo que um programa de governo é um documento essencial a que nos devemos ater; não obstante, a realidade nua e crua é a de que a personalização da actividade política é um facto incontroverso.
Deste modo, é a realização da Ideia Ética, como verdade revelada, que define o Dr. António Costa (PS), que está consciente de si mesmo, a substância política mobilizadora, ou seja, veicula Princípios. E dá Confiança ao Estado, ao Povo (eleitorado), quando se predispõe, claramente, a enfrentar o banditismo financeiro criador do fundamentalismo orçamental – restruturação da dívida. E motivava-nos, porque não há erro possível, em proporcionar-lhe uma maioria absoluta- próximas eleições legislativas – porque tendo alma política, é esta que manda.
Desnecessário é dizer que esta minha crónica desataviada não combina com a falsa política, com o politicamente correto, com cautelas taticistas, com medos, porquanto: “Quem quiser acertar no alvo, tem de saber disparar” ( dito de Freyer, que subscrevo).
