A companhia de teatro O Teatrão, de Coimbra, criou um grupo amador dentro da sua estrutura, formado por alunos da turma de adultos do seu projeto pedagógico, informou a direção.
As onze pessoas que formam o grupo, que tem como nome Classe T, começaram como alunos da turma de adultos do projeto pedagógico do Teatrão há cinco anos, apresentando entre 18 e 20 de dezembro a sua primeira produção, intitulada “Eu + 1”, na Oficina Municipal do Teatro.
O projeto, criado em setembro, reúne pessoas dos 20 aos 60 anos, com os mais diversos percursos profissionais, que encontraram no Teatrão um espaço “onde se desligam” e onde encontram “coisas que lhes faltam nas suas vidas”, explicou Isabel Craveiro, diretora do Teatrão.
Esta será uma “estrutura dentro de outra estrutura”, o Teatrão, tendo-lhe sido garantida autonomia artística, avançou Isabel Craveiro.
A diretora da companhia falava durante a apresentação da programação de Outono do Teatrão, que se centra em produções que partiram de textos e dramaturgia contemporânea.
A Oficina Municipal do Teatro, espaço da companhia, vai receber espetáculos de companhias de fora de Coimbra, sendo estes “Negócio Fechado” da Companhia de Teatro de Almada a 25 de outubro, “O Fascismo dos Bons Homens” da Associação Cultural e Recreativa de Tondela (ACERT) a 12 de novembro e a primeira produção da companhia Amarelo Silvestre, de Canas de Senhorim, “Sangue na Guelra”, a 21 de novembro.
O Teatrão vai ainda ter em cena a peça “Contrabaixo”, uma reposição de “Conta-me Como É” e um novo espetáculo de teatro infantil “Tempus”, todas produções da companhia, disse a diretora.
“Esta é uma programação muito intensa de teatro”, que apenas é possível “porque há uma modificação nos modos de produção”, apostando-se no trabalho “em rede e em parceria”, explanou Isabel Craveiro.
A companhia pretende explorar o trabalho em “três escalas: cidade, plataforma Mondego [que une 12 companhias amadoras de três concelhos do distrito de Coimbra] e região Centro”, sublinhou.
A diretora referiu ainda que o Teatrão está a organizar “uma programação para os próximos cinco anos”, de forma a candidatar-se ao próximo quadro comunitário, com o projeto “Artéria”, que pretende ser uma rede cultural e artística na região Centro entre universidades, politécnicos, centros de investigação, autarquias, escolas artísticas e agentes culturais.
O projeto, anunciado em maio, reúne já mais de 40 instituições dos concelhos de Leiria, Aveiro, Coimbra, Tomar, Montemor-o-Velho, Castelo Branco, Guarda, Belmonte, Viseu e Nazaré, tendo também parceiros nacionais como a Turismo Centro ou a Direção Regional de Cultura do Centro e sete parceiros internacionais, do Brasil, Itália, Irlanda, Canadá e Estados Unidos.