Opinião – Canto do cisne

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Ricardo Castanheira

Ricardo Castanheira

 

Entramos na última semana da já longa campanha interna para a escolha do próximo candidato do Partido Socialista a primeiro-ministro de Portugal.

Depois disto nada ficará na mesma. Na casa dos socialistas com toda a certeza; nos demais estou em crer que também não…

Para o futuro ficará a capacidade que o PS teve de ser a primeira organização política portuguesa a abrir-se efetivamente à sociedade, como confirmam os mais de 150 mil simpatizantes inscritos. Ninguém sabe o que este movimento de adesão espontânea (será?!..) pode significar. Nenhum dos candidatos ainda falou como vai aproveitar este novo modelo participação partidária – o que fazer com estas dezenas e dezenas de milhar de novas vontades? E, ninguém pode apostar no sentido de voto destes simpatizantes, pois à partida não estariam “cacicados”…

Enfim, entre a virtude democrática de tentar dar um novo sentido cívico aos partidos, este fenómenos iniciado pelos socialistas portugueses não deve ser um fim em si mesmo e, menos ainda, esgotar-se no dia 28, sob pena de ter parecido mais uma manobra de cinismo e aproveitamento para mudando deixar tudo na mesma.

Mas há algo que também constará dos anais: a animosidade e o tom agressivo que atravessou toda esta campanha interna, denotando que o modelo de funcionamento dos partidos está esgotado na sua dimensão humana. A lógica da mercearia manda mais alto e o mérito avalia-se em número de fichas propostas, quando não em volume de quotas pagas!..
O PS ficou exposto como nunca. Abriu-se e os portugueses passaram a conhecer-lhe como nunca uma boa parte dos seus pôdres. Claro que esse foi o preço a pagar, mas em breve iremos saber se valeu a pena ou se foi apenas um prenúncio de morte!..

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