Opinião – A encruzilhada

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Ricardo Castanheira

Ricardo Castanheira

O título deste artigo bem poderia ser traduzido por uma definição heterodoxa, sobre o atual momento do país, que escutei recentemente a amigos brasileiros: “a próxima escolha presidencial será mais ou menos como o paciente que tem de tomar uma injeção dolorosa e apenas lhe resta optar entre a bunda esquerda e a bunda direita”. Do incómodo, da dor e seus efeitos não tem como se livrar, em suma.

As eleições presidenciais brasileiras, que acontecerão neste mês de Outubro, estão envoltas num elevadíssimo grau de incerteza quanto ao resultado final. E isso quer dizer muito.

Desde logo, nunca um presidente (neste caso Dilma) teve tanta dificuldade para se reeleger o que reflete o seu estilo fechado de governar e a fraca performance global.
Por outro lado, o desaparecimento trágico do candidato Eduardo Campos e a inusitada aparição de Marina Silva trouxeram uma dose de imprevisto, emoção e novidade que jamais alguém poderia ter previsto.

O candidato líder da oposição, Aécio Neves, foi perdendo força e, hoje, é vítima de um fenómeno tipo-rolo compressor: o voto útil. Criou-se a ideia de que ele não tem como ganhar, apesar das melhores ideias e dos melhores protagonistas. E quando assim é dificilmente se consegue reverter.

Nem o facto do voto ser obrigatório reduz o alheamento dos brasileiros em geral e o seu profundo descontentamento com a classe política. A reforma do sistema político (assim como na saúde, na justiça e na educação) continua por fazer.

A economia nacional não vai bem. Há uma recessão confirmada. Incompreensível perante as tamanhas potencialidades e a expectativa que o Mundo depositou no país nos últimos anos. Copa do Mundo, Olimpíadas e Pré-Sal não é para todos, mas nem assim!..

O futuro está mais longe!

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