Desejo deixar claro que sinto muita simpatia pela esperança que me transmite o Dr António Costa, ao desejar ser o próximo Primeiro-Ministro.
Só é pena que às suas observações políticas de grande alcance, verdadeiras e justas, a sua equipa não acrescente, em matéria de facto político, algo que a comunicação social “agarre” de molde a, para além do imediatismo mediático, possa, também, ser fonte de pedagogia política.
Decerto. Os portugueses encontram-se verdadeiramente prisioneiros dos tecnocratas puros e duros e, portanto, sem poderem ver as virtudes políticas de quem se propõe chefiar o Governo, repondo-o ao serviço da função do Estado.
Razão mais que suficiente para acentuar que o problema político português não se coloca, de momento, ao nível da doutrina partidária, mas de acção e sus métodos. E o problema é tão urgente que, a não ser considerado como prioritário, deixa de valer a pena remar contra a maré.
De resto, não preconizo também política demagógica inconsiderada, pelo que peço licença para dar enfoque a:
1 – Bes – Banco Novo. É um problema político. Não há como negá-lo. O Dr. Vitor Bento, um não-gestor, imponderado, imprudente, “decapitou” o Banco. Como se trata de pessoas, talvez convenha mais falar com o Dr. Carlos Costa (BdP), do que tratar publicamente ou por escrito a substituição, (re)afirmando-lhe o apoio político para o efeito.
Deite, Dr. António Costa, a mão a isto enquanto fôr tempo.
2 – Competitividade económica. Tem, o Dr. António Costa, que renegar de forma efusiva o «dumping social» – baixos salários -. Os patrões gostam do método, os empresários – não. Os empresários lutam para que os seus colaboradores se encontrem, permanentemente, motivados; abominam a instabilidade laboral; detestam a precaridade legislativa ( incentivos ad-hoc, ora estagiários, ora isto, ora aquilo);
É certo que não há o hábito de o Governo premiar a boa gestão empresarial; mas no caso das empresas exportadoras, que são o motor da nossa economia, exige aproveitamento integral. Impõe-se que lhes seja oferecido um prémio financeiro – factura a factura – % sobre o valor liquido, o que provocará competitividade sustentada e, por maioria de razão, um efeito reprodutivo crescente; um efeito social positivo (emprego); um efeito de repercussão nas empresas a laborar para o mercado interno, quer seja por sub-contratação, quer seja “oferecendo-lhe” mais clientes (poder de compra); por último, um efeito de receita fiscal acrescida.
Mas faça-se o que se entender mais conveniente. Todavia há que deitar mão a isto enquanto fôr tempo!
Respeitosos e amigos cumprimentos