Como avalia o sentimento crescente de crítica às ligações entre negócios e política?
Há de facto uma discussão pública em aberto, que parece bonita e até é alimentada por pessoas que admiro, mas que, por muito bem intencionada que seja, rapidamente se presta a confusões.
O que quer dizer?
Quero dizer que a forma como esta crítica tem sido formulada já está a levar a que quem está na vida privada só pode transitar para a vida pública, para a esfera política, se o fizer de forma discreta e, até, se deixar o seu negócio, pequeno ou grande.
Está a legitimar a prática de governantes que entram e saem do governo para grandes empresas?
Limito-me a responder com perguntas: Essas pessoas desempenharam as suas funções com competência? Essas pessoas cumpriram escrupulosamente a lei? Essas pessoas, quando saíram da vida pública, garantiram um período de nojo e não criaram situações promíscuas? Se as respostas são sim, então nada tenho contra.
O senhor vive de informação e tem, certamente, um olhar sobre o presente e o futuro dos media…
A comunicação em geral e os jornalistas em particular têm um papel fundamental. Mas ambos vão ter de se reencontrar e de se redefinir. E isso, na verdade, tem vindo a acontecer, mas é preciso ir mais longe, no que respeita à atividade profissional, tendo em vista o advento da individualidade comunicativa no âmbito das redes sociais. Agora, a comunicação social é também um negócio e, como tal, precisa de ser muito mais regulado.
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