Em duas palavras, como resume o seu regresso à Câmara de Coimbra?
[hesita] O resumo é sempre mais difícil de fazer do que a descrição exaustiva. Mas, em duas palavras: vida intensa.
Que herança recebeu do executivo anterior?
Gostei muito do que herdei porque é um legado que me foi transmitida pelo povo de Coimbra. O povo que me elegeu, permitindo-me continuar um projeto, que é um sonho, que se relaciona com a forma como vejo e como vivo Coimbra. Depois, claro, encontrei realidades diferentes, mas as circunstâncias e os tempos também são outros.
Que diferenças estabelece para a sua primeira passagem pela câmara?
No tempo em que exerci funções, primeiro como vereador e depois como presidente, as necessidades fundamentais do concelho eram de natureza infraestrutural. Havia uma carência enorme de coisas elementares como abastecimento de água potável… Foi preciso retirar o esgoto que corria a céu aberto na Casa do Sal; foi preciso resolver o problema de escolas que funcionavam em condições miseráveis, com crianças a terem de levar lenha de casa para acender as lareiras e poderem aquecer-se… Enfim, coisas que a gente já nem se recorda bem, embora tudo isto tenha sido ontem, quase. Portanto, houve que construir, com resultados que considero muito positivos, infraestruturas materiais, que marcaram e marcam os tempos seguintes.
Por exemplo…
Por exemplo, a avenida Fernão de Magalhães, que era uma estrada nacional e não tinha passeios. Por exemplo, quem passava na rua Ferreira Borges corria o risco de ser atropelado por um camião. Por exemplo, a Biblioteca Municipal estava instalada num vão impróprio para o arquivo notabilíssimo. Por exemplo, as estradas de Coselhas e Vale Figueiras eram caminhos de carros de bois, ou mesmo de pé posto…
O tempo de hoje é de um ciclo novo…
Sim. Tenho-o afirmado em várias circunstâncias e digo-o genuinamente. O novo entusiasmo que me faz ocupar este lugar é o de reconhecer que esta nova etapa é, ainda, a dos bens materiais e patrimoniais, para lhes dar um uso e uma função socialmente útil, mas é essencialmente a dos bens espirituais, ou morais, ou imateriais, que potenciem o que é preciso para o tempo de hoje: criar empresas e emprego, atrair investimento. Ou seja, valorizar Coimbra, promover o desenvolvimento e a afirmação de Coimbra.
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