Mais de 350 mil pessoas saíram do país desde a chegada da troika

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Em Portugal, os números sobre a emigração, tal como os do desemprego, não são lineares. As contagens são diferentes, consoante se fale da imigração permanente ou da “nova” emigração temporária ou ainda quando se pretende contabilizar aqueles que saem do país, sabendo-se pouco dos que partiram mas regressaram rapidamente.

O Instituto Nacional de Estatística (INE) revelou recentemente novos dados que mostram que, entre 2011 e 2013, tomaram a decisão de emigrar 350.504 pessoas. Desde que a troika chegou a Portugal, em 2011, e até ao ano passado, foram 350.504 os que decidiram tentar a sorte lá fora, numa altura em que as dificuldades económicas se acentuaram em Portugal, com a taxa de desemprego a bater máximos históricos, tendo ultrapassado a barreira dos 17%.

Contudo, os dados divulgados pelo INE não revelam quantos destes portugueses ainda são emigrantes. É que há emigrantes temporários que passam a permanentes, mas também há temporários e permanentes que regressam a Portugal.

Segundo a informação publicada em meados do passado mês de junho pelo INE, em 2013 saíram de Portugal para viver no estrangeiro 128.108 pessoas. Pouco mais de 53 mil são emigrantes permanentes, ou seja, pessoas que saíram de Portugal com a intenção de permanecer noutro país por um período superior a um ano. Por outro lado, 74.322 decidiram emigrar com a intenção de ficar noutro país por um período inferior a um ano.

Até 2012, o INE só divulgava dados para a emigração permanente, mas no ano passado começou a publicar a emigração temporária, devido à importância que este fenómeno estava a assumir.

Fluxo migratório aumentou 155%

De resto, Portugal é o país da União Europeia que, entre 2008 e 2012, registou o maior aumento do fluxo de emigração. Em sentido inverso, neste mesmo período, o fluxo de imigrantes caiu 51%, de acordo com um relatório da Comissão Europeia divulgado no final do mês passado.

De acordo com o relatório da Comissão Europeia sobre “Emprego e Situação Social”, Portugal teve um aumento de 155% do fluxo de emigração entre 2008 e 2012, o maior de toda a União Europeia. O segundo classificado, o Chipre, ficou ainda assim distante, com um aumento de 72%.

Números à parte, no grupo dos países que podem ser citados como exemplo de povo migrante, Portugal ocupa lugares cimeiros, apesar de ter apenas 10 milhões de habitantes. Porque a verdade é que, no total, há mais de 2,3 milhões de portugueses, nascidos em Portugal, e que hoje vivem noutros países.

 

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