O projeto Re-food está à procura de voluntários para recolherem as sobras de comida de cafés e restaurantes para serem distribuídos em Leiria por quem mais precisa, disse um dos seus voluntários.
O projeto Re-food, pensado pelo americano Henter Halder, residente em Lisboa, está a ser desenvolvido em Leiria por 12 voluntários, entre os quais César Lopes.
O porta-voz da iniciativa adiantou que no dia 12 de maio realiza-se “uma reunião sementeira”, a partir das 21:00, no auditório da Nerlei – Associação Empresarial da Região de Leiria, na qual estará presente o mentor do projeto.
“A ideia é a de que cada pessoa não dedique mais do que duas horas por semana. Se conseguirmos reunir 100 pessoas, será ótimo. Por isso, apelo a que o máximo de cidadãos se juntem a nós”, referiu César Lopes.
Excesso, voluntários e necessidade são três palavras-chave do projeto. A ideia do Re-food passa por, através de várias equipas, recolher as sobras do dia junto de restaurantes, cafés e supermercados que adiram ao projeto. Os voluntários levam a comida para a sua “sede”, onde as famílias carenciadas se deslocam para recolher as refeições.
César Lopes adiantou que estão à procura de um espaço, onde possam colocar frigoríficos e bancadas para embalar as refeições e entregá-las às famílias carenciadas, que serão indicadas por instituições.
Este voluntário revelou que já existem contactos com a Câmara de Leiria, União de Freguesias de Leiria, Pousos, Barreira e Cortes, Segurança Social, Cruz Vermelha e Diocese de Leiria para que possam trabalhar em parceria, uma vez que “são estas instituições que conhecem as pessoas carenciadas e que estão em dificuldades”.
Hunter Halder contou recentemente à agência Lusa que lançou o projeto sozinho quando pegou na sua bicicleta para recolher refeições que sobravam nos restaurantes e cafés do seu bairro para distribuir pelas pessoas carenciadas.
Aquele responsável observou que o projeto que lançou é apenas um exemplo do que é possível fazer ao nível das comunidades, que considera terem imenso poder e precisam apenas de serem mobilizadas.
“Acho importante que as pessoas tenham conhecimento de que têm poder para mudar o mundo na sua própria comunidade, que não têm de esperar pelo Governo, nem por uma empresa, nem por ninguém”, afirmou.
Desde o início do projeto já foram entregues 300 mil refeições, estando os quatro núcleos de Lisboa a entregar uma média de 15 mil refeições por mês a cerca de 845 beneficiários, concluiu.
Além de Lisboa, a cidade do Porto também já aderiu à iniciativa.