Circulam na Internet duas mensagens que alertam para o estado atual do nosso País. Uma transcreve afirmação de um político que em recente texto publicado sobre o envelhecimento em Portugal referiu que “a nossa pátria foi contaminada com a já conhecida peste grisalha”.
A outra mensagem tem só duas fotografias. De 1945 e de 2013. Separadas por 68 anos, ambas retratam Portugal. O de ontem e o de hoje. O da negra ditadura e o que surgiu após a alvorada do 25 de Abril. Nelas está o mesmo Povo. Em 1945, numa fila para a distribuição da sopa dos pobres, imensa multidão. A de agora, com tremenda fila no acesso a um posto de distribuição alimentar! Imagens chocantes! Imagens intoleráveis, 40 anos depois da Revolução de Abril!
Mensagens que ilustram a mediocridade de alguns dos que desde então nos governam, pois foram políticos capazes de proferirem afirmações como a citada – pérola de imensa inabilidade política – que nos conduziram à triste situação em que vivemos. Mas as imagens expõem igualmente a culpa de gerações, incluindo a geração grisalha, a mesma que fez acontecer a Revolução dos Cravos e relançou a Esperança no novo Portugal, que tanto tarda em acontecer!
Imensa é a dor e sofrimento que a todos traz a comparação – imediata – entre o Portugal do ano em que findou a II Grande Guerra e este em que estamos, como País, subjugado a novo programa de assistência internacional. As imagens refletem a miséria e a fome do Povo mas a citação desse Deputado da Nação não é digna nem ilustra o representante do nosso Povo!
A responsabilidade é nossa. Da geração grisalha e da que se lhe seguiu. Porque elegemos, toleramos e aplaudimos quem evidencia incompetência política para representar a Nação. E porque esquecemos que, em democracia, temos os mesmos direitos e armas que qualquer outra geração. O voto. A revolta. A capacidade e força de dizer basta e banir os incompetentes que nos conduziram ao ponto a que chegámos, fruto de políticas erradas e irresponsáveis.
Todos temos a responsabilidade e oportunidade de impedir que, no futuro, pequenos políticos conduzam de novo o Portugal que amamos para as desgraças que desde sempre combatemos.
Precisamos de gente competente e capaz de conduzir os nossos destinos, como País. Gente que respeite o Povo, desde os que nascem, mesmo sem pelos, aos que têm cabelos loiros, pretos, grisalhos ou que são calvos. É tempo de exigirmos que só represente a Nação quem mostre, por digna postura e conduta política, que tem o maior respeito por todas as gerações.
Sou da geração em que cabelo, barba ou bigode já são, muitas vezes, grisalhos. Geração valorosa que demonstrou, no trabalho e na Revolução, o amor por Portugal. Que acredita na capacidade coletiva de vencermos adversidades. Com valores éticos e morais. Valores que, se esse político partilhar, o fará entender que só lhe resta, como solução, apresentar a demissão.
Mas se tal não vier a acontecer, então o Partido a que pertence deve lembrar a voz do emérito e saudoso Fundador, que ensinou que o seu Partido seria o centro do centro da esquerda. Aí, militantes e dirigentes saberão o que fazer. Substituir, de pronto, esse Deputado da Nação!