Rita Rato
No último ano 130.000 portugueses abandonaram o país para fugir ao desemprego e à miséria. Durante o fascismo quase todas as famílias portuguesas tinham um filho na Guerra Colonial, agora quase todas as famílias têm um filho que está desempregado ou emigrado.
Bem podem chorar lágrimas de crocodilo sobre o desemprego. Um Governo que chama ao desemprego “oportunidade”, e requalificação aos despedimentos de 30.000 funcionários públicos não pode dizer que lamenta o desemprego. Não pode, porque está diretamente empenhado no seu agravamento.
Lá vai o tempo em que CDS e PSD se diziam defensores dos idosos. Agora, não há propaganda que esconda os efeitos desta política de empobrecimento e miséria. Mais de 1 milhão e 400.000 pensionistas da Segurança Social sobrevivem com uma pensão abaixo de 419€; isto é, 76% dos pensionistas vive próximo ou abaixo do limiar da pobreza. Para manter intocáveis os privilégios dos grupos económicos e da banca, este Governo mantém na pobreza e exclusão social milhares de idosos.
Mas o ataque deste Governo vai muito mais longe: rouba salários e pensões, abonos de família e subsídio de desemprego ao mesmo tempo desmantela as funções sociais do Estado (Escola Pública, SNS, Segurança Social pública universal) para entregar como negócios lucrativos aos privados.
A estratégia em curso de desmantelamento do Hospital dos Covões é inseparável desta política de destruição económica e social do país. A pretexto da fusão dos hospitais de Coimbra foram encerradas as urgências noturnas e transferidas valências e serviços de excelência, agora preparam o encerramento das urgências ao fim de semana e degradam os cuidados de saúde prestados aos utentes.
Razões não faltam para a 26 de Novembro participar no Dia Nacional de Indignação e Luta da CGTP-IN, de manhã às portas da Assembleia da República e às 15h concentração frente à Segurança Social de Coimbra.
Em luta pela derrota do Orçamento, do Governo e da política das troikas. Em defesa das funções sociais do Estado, da Constituição, do próprio regime democrático.
