Hermano Sousa abriu o porto à cidade e pôs os figueirenses a falar da Comunidade Portuária local, a que preside
Até onde pode continuar a crescer o movimento no Porto Comercial da Figueira da Foz?
O porto poderá ir, com as condições atuais, até aos três milhões de toneladas. Naturalmente que estamos a falar de condições infraestruturais. Para poder crescer além disto, é preciso fazer obra de acessibilidade marítima, nomeadamente aumentar o calado, que hoje se situa nos 6,5 metros e deveria passar para os 7,5. Este ano vamos atingir dois milhões de toneladas e nos próximos anos poderemos crescer até aos três milhões.
O prolongamento do molhe norte foi inaugurado há pouco tempo. Por que é que não se pensou no aumento do calado?
Quando se fizeram essas obras, que derivavam de um projeto antigo, verificou-se que para os navios costeiros era suficiente. Quando falamos em aumentar a capacidade do porto para os três milhões de toneladas, estamos a falar, sobretudo, de movimentação de contentores, que não foi integrada no plano da obra. Não há que destruir a obra feita, só há que aprofundar.
Estamos a falar de desassoreamento?
Essa é a resposta que a Comunidade Portuária não tem e gostaria de conhecer, ou seja, se teremos de começar a destruir a rocha que existe no canal. É preciso fazer um estudo e perceber se estamos falar de rocha, ou não.
Quais são as perspetivas para 2004?
Provavelmente, iremos crescer entre quatro e cinco por cento.
O sucessivo crescimento do movimento deve-se às exportações ou às importações?
A ambas. O Porto da Figueira da Foz, no panorama nacional, é, provavelmente, o porto mais equilibrado, do ponto de vista de entradas e saídas.
Que falta fazer na infraestrutura?
É preciso cuidar dos terraplenos portuários, que estão num estado lastimável, fruto do aumento do movimento de cargas.
A reserva mental que ainda existe pelo facto do porto ser gerido pelo seu congénere de Aveiro desaparecia se a Comunidade Portuária ou a câmara fizessem parte da administração?
Poderia ser uma forma de resolver essa situação. Aliás, é um modelo que se verifica noutros portos, nomeadamente no Reino Unido. É uma forma de resolver essa reserva.
Esta entrevista pode ser ouvida na íntegra na Foz do Mondego Rádio (99.1FM), hoje, às 21H00, e em www.asbeiras.pt